O Juízo Final
Antonio Carlos Koff
Ao inserir-se no mundo físico e ter que enfrentá-lo, o ser muitas vezes não percebe o verdadeiro significado da vida, que é a eterna luta entre o bem e o mal. Oculta frequentemente sob a superfície é renhida, é constante essa luta e se prolonga até o fim da existência.
Bem e mal andam sempre juntos, lado a lado, porque têm a mesma origem e são eternos. Convém então manter vigilância constante porque o mal está sempre aguardando oportunidade para entrar em sua vida, muitas vezes disfarçado e preparando ciladas. O mal não quer a sua felicidade, sua realização, seu sucesso e luta para que isso não aconteça. Nele não há verdade, nem justiça. O egoísmo torna a pessoa cega e surda.
Não devemos nos deixar enganar pelas aparências, mas procurar enxergar com os olhos do espírito.
Atração engana, imaginação engana, intuição engana, raciocínio engana, porém consciência e sentimento interno não enganam. Deus fala através do sentimento interno e de nenhuma outra forma mais. Quando sentir dúvida e conflito é porque você está trilhando o caminho errado, mas quando tiver certeza e paz estará no caminho certo. Saiba que existe um reto e estreito caminho e que estreita é a porta que conduz à vida.
Assim diz a lei: “Guardai-vos de praticar a iniquidade”.
Quem pratica o mal sabe o que está fazendo, e uma vez que está feito é para sempre. Ele existe e é muito poderoso, não mais do que o bem, mas é muito poderoso.
Assim fala o Senhor: “Por acaso não vos dei a minha lei? Amai-vos uns aos outros assim como Eu vos tenho amado, e sempre que fizerdes algum mal a um dos meus filhos a Mim próprio estais fazendo.”
Vivendo uma realidade enganosa que muda a cada momento e que um dia se dissipará, pode passar despercebido ao ser, um mundo que nada mais é do que uma miragem, e o ente muitas vezes se entrelaça em um labirinto onde pode se dar mal, porque nem sempre as histórias têm um final feliz.
Importa, pois, não perder tempo na prática do bem com ações que não levam a nada. Hoje é o dia, agora é a hora. A vida é breve. Ainda que se viva cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa ou cem anos, mesmo assim a vida é breve, um nada perante a eternidade, um relâmpago apenas. A omissão pode ser uma falta grave. Deus pedirá conta de seu tempo e de seus atos e é inútil querer começar quando é preciso acabar.
O universo terá fim. Vai demorar, mas tudo está condenado ao desaparecimento e ao esquecimento. Não restará pedra sobre pedra.
Tudo o que se faz, pensa ou diz, fica consignado nos registros acásicos e incorporado na personalidade-alma, esse o grande livro da vida, e se não fosse dessa maneira, não poderia haver
Deus, nem justiça e nem julgamento, mas não é assim, ele virá e, querendo ou não querendo, chegará a hora da prestação de contas. Há hora de semear e hora de colher o que se semeou.
Dívidas materiais têm prazo e prescrição, mas dívidas espirituais, morais ou cósmicas não prescrevem e se não perdoadas são eternas.
Sua consciência está interligada permanentemente com a consciência de Deus, e por isso tudo o que você pensa, sabe, faz ou planeja fazer Deus também sabe, tornando-se impossível enganar ou esconder.
O juízo final não será neste mundo. “Tiveram sua oportunidade!”, assim lhes será dito, e a cada um, segundo seus méritos: ou a luz perpétua ou as trevas eternas, e quem for lançado a elas pode perder as esperanças, não tornará a ver a luz.
O inferno existe, sim, mas não é fogo, são trevas.
Naquele dia terrível não haverá mais o tempo, nem justificativa, nem consideração, nem amor e nem perdão, apenas julgamento.
Deus nunca muda os seus propósitos.