O lado positivo do aumento da frota

Em 2012, a frota de veículos em Bento Gonçalves era de 69.181 automóveis, 6% a mais em relação ao ano de 2011, quando atingiu a marca de 63.340. Os dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Centro de Indústria e Comércio de Bento Gonçalves (CIC-BG) e Universidade de Caxias do Sul (UCS), publicada na 42ª edição da Revista Panorama Socioeconômico – a publicação retrata a economia do município, sua evolução e representatividade nos setores da indústria, comércio e serviços, fazendo paralelos com o desempenho estadual e nacional. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em 2013, o aumento de veículos em Bento já atinge 3%, chegando a 71.185 em circulação. Os números impressionam e acarretam inúmeras consequências ao trânsito da cidade, que constantemente é alvo de queixas por parte da população. No entanto, o crescimento da frota de veículos trouxe dados positivos à economia local. Isso porque as empresas ligadas ao ramo de automóveis já correspondem a 27% do comércio e a 9,4% no setor de serviços, de acordo com a pesquisa.

Revendas de veículos novos e seminovos têm maior representatividade no setor de automóveis, com índice de 11,3%, e só perdem para comércio de alimentos e autosserviço (supermercados) e de matérias-primas e insumos, que, juntos, representam quase 33% da economia local (veja quadro nas imagens abaixo). Abastecedoras de combustíveis vêm logo em seguida, com 11% de representatividade. Pneumáticos e autopeças, juntos, somam 4,3%.

O setor de serviços também vem crescendo significativamente. Apesar das principais atividades do município estarem ligadas aos serviços industriais e de construção civil, empresas que prestam assistência mecânica e fazem manutenção veicular já somam 9,4% da arrecadação do município, segundo dados da pesquisa.

Transportes

Em relação à prestação de serviços de coleta, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Bento Gonçalves e região (SindiBento) divulgou que, em 2012, havia 320 empresas deste setor situadas na cidade e outras 320 localizadas nas demais cidades da região. O número é 7% maior que 2011, quando havia 300 empresas na cidade e outras 300 na região. As 30 maiores empresas faturaram em 2012 a quantia aproximada de R$ 62 milhões mensais.

Além disso, a divisão do transporte terrestre empregava no município mais de 2.500 pessoas, enquanto empresas de armazenamento e que prestam atividades auxiliares no setor empregavam 224 e as de entregas, 98 colaboradores.

A realização de ter a própria empresa

Há seis anos trabalhando como funcionário de uma empresa do ramo de serviços de estética para veículos, João Paulo Fiatkoski, de 28 anos, viu no aumento da frota de carros na cidade a oportunidade de abrir seu próprio negócio. Com conhecimento suficiente para “tocar o barco sozinho”, ele pediu demissão e começou a procurar espaço e a providenciar o que era necessário para a abertura do empreendimento. Mal saiu do trabalho, recebeu dezenas de ligações de antigos clientes. “Minha ideia era abrir a empresa apenas no mês de novembro, mas, em função da grande procura, agilizei o processo”, conta o jovem empresário. Com a loja em funcionamento há dois meses, Fiatkoski realiza serviços de reparação da parte elétrica e instalação de som e alarme. “Acredito que há espaço e serviço para todo mundo. Com qualificação e comprometimento, tem tudo para dar certo”, garante ele que, no futuro, projeta ampliar serviços e contratar funcionários.

Revendas e seguradoras sentem crescimento

Segundo a pesquisa do CIC, a venda de veículos cresce 10% ao ano, mesma média apontada por revendas consultadas informalmente pelo SERRANOSSA. De acordo com Marcos Raimundi, gerente comercial da DRSul, o aumento se deve à evolução social da população brasileira. “Com o aumento da renda, muitos migraram da classe C para B e da B para B2, este último público teve recentemente a oportunidade comprar o primeiro carro zero quilômetro”, aponta. Outros fatores também influenciam, como a recente redução de IPI e taxa de juros, além de descontos de fábrica e maior possibilidade de financiamento. 

Para Vicente Miranda, gerente da Panambra, além do aumento das vendas, a própria indústria automobilística tem grandes expectativas de crescimento. “Quando a marca é forte, ela cria alternativas como bonificações, descontos e também taxas acessíveis para financiamentos, o que facilita a compra”, garante. Segundo ele, os homens representam 60% dos compradores, sem distinção de faixa etária.

O aumento na procura também é uma realidade entre as seguradoras. O SERRANOSSA consultou informalmente quatro empresas durante a semana. Todas registraram crescimento de pelo menos 20% na venda de seguros para automóveis. Uma das empresas consultadas teve 40% mais procura em relação ao ano passado. Segundo os proprietários, a maior parte do público é composta por jovens ou homens com idade até 30 anos.

Reportagem: Raquel Konrad


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