O que faltou na Movelsul, sobrou na Fiema

Há um mês, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, sofreu duras críticas pela terceira ausência consecutiva na maior feira de móveis da América Latina, a Movelsul Brasil. Na ocasião, o presidente da feira, Henrique Tecchio, chegou a dizer, em tom de desabafo, que os expositores e visitantes estavam correndo risco de morte vindo a Bento Gonçalves, devido ao descaso do governo com as estradas da região. Mas na última terça-feira, dia 22, o líder do Estado não apenas participou e discursou na abertura da 6ª edição da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema Brasil) como passeou pelos corredores, interagiu com expositores, tirou foto com visitantes e até andou em uma bicicleta elétrica. Visivelmente em campanha política e alheio às diversas críticas que tem recebido de empresários locais, Tarso apenas se esquivou da imprensa, e não respondeu as diversas perguntas que foram feitas sobre as demandas de Bento Gonçalves e região.

Além do prestígio do governador, a feira, que ocorre no Parque de Eventos de Bento Gonçalves até esta sexta-feira, dia 25, recebeu líderes empresariais e mais de 22 mil visitantes de países como Áustria, Alemanha, China, Polônia, Itália, Estados Unidos, Finlândia e Portugal. A previsão de negócios é na ordem de R$ 10 milhões. A Fiema, que tem como tema “Reciclando Negócios”, se consolida como o mais importante encontro de negócios do segmento ambiental industrial da América Latina e para pesquisas voltadas à otimização do processo e redução das sobras na produção. 


Polo Ambiental

Durante o evento, o presidente da feira, Jones Favretto, e o presidente da Fundação Proamb, promotora da Fiema, Neri Gilberto Basso, salientaram a importância da instalação de um polo ambiental gaúcho. O projeto, que já tem seu plano estratégico traçado pela entidade, com o apoio do BRDE, visa transformar Bento Gonçalves, a Serra Gaúcha e o Rio Grande do Sul em referência na criação de novas tecnologias para toda a América Latina.

De acordo com Basso, a região cresceria ainda mais com a implantação do polo ambiental, que somaria aos já tradicionais polos moveleiro, metalmecânico e vitivinícola. “Aqui nós temos empreendedores, universidades e empresas criando produtos e máquinas em prol da sustentabilidade. No momento em que o Estado se tornar um polo, efetivamente teremos mais recursos e oportunidades para desenvolvermos pesquisas, inovações e tecnologias em prol de todo o mundo”, disse o presidente, em entrevista exclusiva ao SERRANOSSA.

Tarso Genro colocou o Estado à disposição, embora o presidente da Proamb acredite que seja “uma questão de vontade” colocar o projeto em ação. “Precisamos ser um centro de soluções e criação de tecnologias. Fazer a diferença. E para isso, queremos apoio”, complementou.

Reportagem: Raquel Konrad


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