Olhar
Para alguém que é movido a paixões, como eu, um olhar realmente é algo que encanta. Ou espanta!
Ser movido a paixões, aliás, está longe de ser um problema. Muito antes pelo contrário. Tudo aquilo com o que sabemos lidar – ou aprendemos a lidar – passa a ser nosso. Até pessoas… Acreditem!
Com isso, a paixão também nos move a fazermos tudo melhor. Afinal, quando não estamos apaixonados por aquilo que estamos fazendo, acabamos agindo de maneira morna, no automático.
E, por certo, nada traduz mais uma paixão do que o olhar. Ao contrário, é no olhar que conseguimos ver realmente o que se passa naquele momento, naquela pessoa. Há poucos dias, aliás, tive a oportunidade de ver um dos olhares mais lindos e doces que eu poderia ver. Um olhar curioso, atento, e ao mesmo tempo feliz com o que viu, com o que encontrou, com o que finalmente encontrou… Tal e qual o meu, naquele momento, aliás!
Quando me lembro desse momento, lembro-me do Tom Jobim cantando: “Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar…”
Pois bem, se um olhar traz todas essas revelações, por certo que é através dele também que podemos identificar verdades ou inverdades. É falando com uma pessoa que nos olha nos olhos que sabemos quem é de verdade e quem não é. É, também, olhando nos olhos que podemos identificar se aquela pessoa, naquele momento, está sendo de verdade e se essa verdade tem ou não um fundo de verdade…
Machado de Assis, quando descreveu a Capitu com “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” fez com que todos nós buscássemos saber o que significava ter “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Sabem? Não? Leiam “Dom Casmurro”! É, por certo, um dos melhores livros do período. Lá vocês descobrirão o por que Capitu era assim descrita.
Ainda assim, Capitu é descrita como doce e romântica, típica de despertar paixões.
A parte boa é que há paixões que duram para sempre!
Até a próxima!