As declarações dadas pela auditora de tributos da secretaria de Finanças, Ana Rosa Gobatto, reforça a expectativa para o depoimento do ex-secretário Olívio Barcelos de Menezes, marcado para a próxima segunda-feira, dia 3. “Olívio sabia que o dinheiro estava acabando”, afirmou em seu depoimento à CPI na última sexta-feira, dia 23. Segundo ela, Menezes recebia diariamente os extratos bancários da conta da prefeitura e poderia facilmente verificar que a quantidade de recursos disponíveis estava diminuindo.
Após o depoimento de Ana, os vereadores levantaram algumas interrogações que ficaram no ar, como “Menezes teria informado o prefeito de que o dinheiro estaria chegando ao fim?” ou “Se desde agosto há fornecedores com pagamentos atrasados, por que novas licitações foram realizadas e obras iniciadas?”.
Ana está há 17 anos na prefeitura e atuava como diretora de Finanças. No início deste ano foi afastada do cargo pelo ex-secretário. Os poderes que tinha para assinar documentos na ausência do titular da pasta foram repassados à contadora exonerada Luana Della Valle Marcon.
Quando houve a troca do sistema informatizado, a auditora conta que era percebido um clima tenso dentro da secretaria, pois havia problemas constantes para acessar os dados. Ela foi questionada pelos vereadores petistas sobre por que ninguém levou a suspeita ao prefeito. “Quando fui destituída do cargo, entendi que eu não era mais de confiança nem do secretário e nem do prefeito. Imagina se eu chegasse e dissesse que estavam acontecendo irregularidades”, contou, justificando que esse tipo de comunicação deveria partir do secretário.
A vereadora Neilene Lunelli (PT) questionou ainda se Ana sabia quem de dentro da secretaria teria vazado informações sobre irregularidades aos candidatos da oposição durante a campanha eleitoral.
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