ONGs de Bento recebem dezenas de denúncias de pets expostos ao frio

Anualmente, entidades e ONGs ligadas à causa animal realizam uma série de campanhas no inverno, a fim de arrecadar agasalhos e casinhas para proteger cães e gatos do frio. Mas ainda mais importante do que conseguir doações para famílias mais vulneráveis é conscientizar a população sobre os cuidados necessários com os animais nos meses mais frios. Em Bento Gonçalves, voluntárias ligadas a ONGs relatam que recebem dezenas de denúncias no inverno, informando sobre casos de cães e gatos expostos ao relento.

Conforme a voluntária da ONG Amigos Pet BG, Morgana Formalioni, nos últimos dias foram recebidas diversas denúncias, as quais foram encaminhadas para a Vigilância Ambiental do município. “Já atendemos em anos anteriores animais que, inclusive, já estavam mortos por consequência do frio”, lamenta. “Essas denúncias são frequentes porque muitos cães e gatos dormem em pátios, muitos até sem casinha adequada para proteção do frio, muito menos cobertas. Alguns cães são acorrentados ao relento mesmo, apenas embaixo de uma área coberta da casa”, descreve Morgana.

Em 2018, a ONG Patas e Focinhos atendeu um caso de maus-tratos que evidencia a importância da proteção adequada dos animais no inverno. “Recebemos a denúncia e, quando uma voluntária foi ao local, o cãozinho já estava morto. As causas foram o frio intenso, a falta de alimento, água e proteção adequada”, recorda a voluntária Aline Godoy. “Todos os anos recebemos mensagens sobre negligência com os animais pelo frio, pedidos de denúncias ou resgate, e tentamos ajudar da melhor forma possível, oferecendo o que temos”, continua.

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Como os casos são registrados em propriedades particulares, referente a animais com tutores, as protetoras e as ONGs não conseguem, na maioria das vezes, resgatar o animal das condições em que está exposto. “Por isso sempre aconselhamos a pessoa a denunciar para a Vigilância Ambiental, quantas vezes for preciso, para verem a situação. Além de tentar tirar fotos e fazer vídeos”, comenta Aline. A voluntária ainda aconselha as pessoas a conversarem com as famílias que estão com seus animais nessas condições, a fim de entender se precisam de algo (casinhas, cobertores ou roupas pet, por exemplo).

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Recomendações aos tutores

“Tutores devem ter a ciência que animais são seres vivos. São seres sencientes. Sentem frio e fome e por isso devem abrigá-los longe do frio, em local apropriado com cobertura, abrigo quente, com isolamento e cobertas”, ressalta a presidente do Conselho de Bem-Estar Animal de Bento, Daiane de Mattos. A presidente ainda indica a instalação de isolamento térmico nas casinhas, além de papelão ou pallets para erguê-las do chão.

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A voluntária Aline Godoy reforça que o melhor sempre é deixar os animais dentro de casa. Entretanto, se for necessário os deixar na parte externa, é importante garantir que eles tenham agasalhos e abrigo suficiente para não ficarem expostos ao relento. “O dono pode achar que o animal sabe se proteger do frio, mas não é assim, eles podem morrer por causa disso”, reforça.

Já a voluntária Morgana Formalioni complementa que, caso se encontre animais nas ruas nesses dias frios, a recomendação é levá-los para casa até que seus tutores sejam identificados, ou até que se encontrem novos adotantes para eles. “Se não puder, peça ajuda em uma rede social, ou a amigos e parentes para abrigá-los, pelo menos por alguns dias”, aconselha.

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O Conselho de Bem-Estar Animal (Combea) iniciou nesta semana uma campanha do agasalho voltada para pets. O objetivo é arrecadar cobertores e casinhas para tutores de animais que estejam em condição de vulnerabilidade social, além daqueles pets resgatados e acolhidos por ONGs e protetores individuais. As doações podem ser deixadas diretamente na secretaria de Meio Ambiente, localizada na rua 10 de Novembro, 190, bairro Cidade Alta, no Complexo Administrativo. O telefone é o (54) 3055-7190.

Doenças de inverno


Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash
 

Além do frio, outro cuidado que os tutores de pets devem ter é sobre as doenças típicas do inverno. Segundo a veterinária Bruna Invernizzi Zauza, a doença mais prevalente no inverno para os cães é a traqueobronquite infecciosa, popularmente conhecida como gripe canina. “É uma doença contagiosa que acomete o trato respiratório dos cães. Apresenta origem multifatorial, sendo o vírus da Parainfluenza canina e a bactéria Bordetella bronchiseptica os agentes mais comumente relacionados à doença”, explica.

Os sintomas mais frequentes são tosse seca e alta, expulsão de muco e movimentos para forçar o vômito, os quais são normalmente confundidos com engasgos por parte dos tutores. “A transmissão pode ocorrer através de aerossóis em locais com agrupamentos de cães como canis, hospitais veterinários ou por meio de objetos como gaiolas, comedouros e bebedouros”, comenta a veterinária.

Apesar do risco de mortalidade ser baixo, sendo constatada apenas em animais imunocomprometidos, Bruna ressalta a importância da prevenção, que inclui a vacinação contra os agentes envolvidos na doença.

Já nos casos dos gatos, a doença mais comum é a respiratória felina (DCRF), uma patologia infecciosa e contagiosa que pode ser ocasionada por vírus ou bactérias, de forma isolada ou associada, “com sintomatologia ocular e nasal”, revela a veterinária. Nesses casos, os gatos podem ser acometidos por “quadros de inapetência, apatia, descarga mucopurulenta nasal e/ou ocular, que variam de ulcerações orais, perda de peso progressiva e conjuntivites a pneumonia intersticial por infecção secundária, podendo o animal acometido tornar-se reservatório e disseminador dos agentes patogênicos em condições assintomáticas”, complementa. Para essa doença, Bruna destaca que a vacinação também é a melhor prevenção. “Ambas as vacinas, tanto de cães, quanto de gatos, não previnem que os animais peguem a doença, apenas atenuam a sintomatologia caso eles se contaminem”, esclarece.

*As denúncias para casos de maus-tratos ou abandono devem ser feitas pelo Fala Cidadão 0800 979 6866.

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