Ônibus podem sair da rua Saldanha Marinho

Ao mesmo tempo em que coloca em vigor a segunda etapa do projeto de implantação de faixas seletivas para o transporte coletivo no centro da cidade – que depois da rua Barão do Rio Branco deve entrar em funcionamento na rua Júlio de Castilhos na próxima segunda-feira, dia 31, –, a prefeitura estuda outra possibilidade de alteração no serviço urbano. A mudança ainda não está confirmada, mas daria uma nova rota para os ônibus: após saírem do terminal, os veículos não ingressariam mais na Saldanha Marinho e passariam a entrar à direita uma quadra antes, na General Osório, que teria o sentido invertido.

De lá, desembocariam na 13 de Maio e poderiam adentrar na Saldanha na parte final da via, que na sequência se torna Góes Monteiro e leva a bairros como São Francisco, Fenavinho e Vila Nova. Mesmo assim, a Saldanha Marinho teria o estacionamento removido, mas para dar lugar a uma calçada mais larga, ação já discutida em anos anteriores dentro do projeto de revitalização do quadrilátero central.

De acordo com o secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Mauro Moro, a medida está em análise, mas deve depender de outras intervenções, especialmente as relacionadas às obras com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), que iniciarão nos próximos meses. Uma delas, por exemplo, é a previsão de ligação entre os bairros Cidade Alta e Botafogo, unindo as ruas Vitória e Florianópolis à rua Fortaleza. “De certa forma, tudo vai ter algum impacto no transporte coletivo, então ainda temos que avaliar estas alterações. Se resolvêssemos o problema na Vitória, acredito que poderíamos repensar a Saldanha”, aponta Moro.


Júlio de Castilhos

A faixa seletiva na rua Júlio de Castilhos deve ser aberta ao tráfego exclusivo de ônibus e táxis já na próxima segunda-feira, 31, entre as ruas 13 de Maio e Ramiro Barcelos. O funcionamento seguirá os critérios adotados na Barão do Rio Branco desde o dia 10, com restrição de segunda a sexta-feira, das 6h às 19h. No horário inverso e nos finais de semana, serão permitidas paradas para carga e descarga e estacionamento. Nos próximos dias, a faixa na Barão deve ser estendida até o terminal que fica junto à praça Centenário, uma ampliação de aproximadamente 200 metros.


Resistência

A oposição do grupo de comerciantes da área central contrários à implantação das faixas seletivas para o transporte coletivo se intensificou nos últimos dias. Os empresários ingressaram com uma ação na Justiça para tentar reverter o projeto da prefeitura, alegando prejuízos nas vendas com a retirada das vagas de estacionamento e a falta de um estudo adequado para a criação das pistas exclusivas. Um dos argumentos utilizados é o texto da lei que rege o estacionamento rotativo, o qual exige que “qualquer alteração que tratar da ampliação ou redução” das vagas da Zona Azul tenha que passar pela Câmara de Vereadores.

Para a Procuradoria-Geral do Município (PGM), o entendimento da legislação é diferente. “Não há violação, principalmente porque, assim como o contrato de concessão, a lei aponta que a Zona Azul precisa ter até 1,2 mil vagas e esse número ainda nem foi alcançado. Então, não há aumento ou diminuição de vagas, o que há é a realocação delas”, destaca o procurador, Sidgrei Spassini. 

Segundo dados da secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, há 817 vagas disponíveis nas ruas de Bento atualmente. Destas, 113 são para uso prioritário de deficientes, idosos, carga e descarga e paradas temporárias em farmácias. Nos próximos dias, pelo menos mais 200 espaços devem ser ofertados, em ruas como a Benjamin Constant, Estefânia Pasquali Eder e Dr. Casagrande.


Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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