Operação de combate ao trabalho análogo à escravidão é deflagrada em Bento
Cerca de 150 trabalhadores, maioria cooptados na Bahia, atuavam na colheita da uva e abate de frangos na região
Na noite desta quarta-feira, 22/02, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Brigada Militar, deflagraram uma operação de combate ao trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves.
O objetivo foi o resgate de cerca de 150 trabalhadores, maioria cooptados na Bahia, que atuam na colheita da uva e abate de frangos na região. A ação ocorreu em um alojamento localizado na rua Fortunato João Rizzardo, bairro Borgo.
Alguns trabalhadores, descontentes com a situação, após fuga, procuraram a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Porto Alegre para realizar a denúncia, pois, trabalhavam diariamente das 5h às 20h, com folgas aos sábados.
Eles também relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Também disseram que eram coagidos a permanecer no local sob a pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho.
Era oferecida comida sem condições de consumo, e eram obrigados a realizar compras em um estabelecimento no mesmo local, e que o valor gasto era descontado do salário.
O local onde foram encontrados os trabalhadores é um imóvel de quatro andares. Após identificação, todos foram liberados.
O MTE diz que vai analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador para a buscar a devida compensação.
Prisão
O responsável pela empresa, que mantinha esses trabalhadores nessas condições, segundo a polícia, foi preso e encaminhado, inicialmente, para a delegacia da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul. Após, foi transferido para Bento Gonçalves. Ele tem 45 anos de idade e é natural de Valente (BA). A empresa tem contratos com diversas vinícolas da região.