Opinião – COMIN: para além de importações e exportações


 

Ainda me surpreendo quando alguns alunos – geralmente de início de curso – comentam: “eu gostaria tanto de trabalhar no Comércio Internacional” sem perceber que já estão atuando na área ou muito próximo disso. Creio que lhes falta uma compreensão plena do campo dessa carreira, que vai muito além da negociação de importações e exportações. O “Comin”, como carinhosamente costumamos chamar, possui funções negociais, gerenciais, consultivas, documentais, aduaneiras, logísticas, cambiais, dentre outras. Essas permitem atuar junto às empresas, mas também em serviços públicos e na ampla indústria de apoio ao Comin, como transportadoras, comissárias de despachos, assessorias, bancos, agentes de frete e seguro.

Para tanto, além de habilidades em outros idiomas, o profissional precisa de uma sólida formação em marketing, geopolítica e gestão de pessoas. E é nesse ponto que esse breve artigo irá se deter, ao expor sucintamente quatro pesquisas conduzidas por nossos concluintes e egressos nas áreas mencionadas. Tais estudos foram selecionados, expostos e publicados na XX Mostra de Iniciação Científica do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da UCS, em novembro de 2020. 

Além do aprofundamento teórico, cada trabalho se insere no contexto corporativo e em segmentos econômicos relevantes de nossa região, tais como o de frangos e o vitivinícola. Sobre esse último, destaca-se o estudo do graduado Gerson Eduardo Garcia Lodi, “Análise Sobre a Influência do País de Origem no Mercado de Vinhos Finos”, cujos resultados confirmaram que os consumidores desse produto têm suas percepções influenciadas, quanto à qualidade e a intenção de compra, ao saberem o país de origem dos vinhos.

Voltado ao setor avícola, foi conduzido o estudo da formanda Ellen Bertól, “Efeitos da Guerra na Exportação de Frango Brasileira: Uma análise da República do Iraque”. O trabalho está alinhado a uma megatendência no agronegócio brasileiro, que é a expansão das vendas a países mais complexos, como os que exigem alimentos Halal ou, em árabe, “autorizados”, por seguirem as regras escritas no Alcorão.

Para lidar com os desafios do Comin, é imprescindível que seus profissionais tenham recursos emocionais, tema do estudo “Inteligência Emocional no campo de atuação do Comércio Internacional: um estudo junto a futuros profissionais da área”, elaborado pela formada Gabriela Romio. Seus resultados apontam que os alunos têm melhor desenvolvidas as habilidades sociais em comparação às pessoais, oportunizando reconhecer e aprimorar essas últimas.

Por fim, também relevante e muito oportuno foi o estudo “O Impacto do Coronavírus na Atuação dos Traders Internacionais de Empresas da Serra Gaúcha”, conduzido pela formanda Kétlen Rech, através do qual foi possível identificar a percepção dos negociadores de Comin sobre as transformações causadas pela pandemia, tendências e expectativas futuras à área.

Sigamos em frente, pois Comin/UCS é ensino, pesquisa e extensão!

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