Opinião: O que mais o exercício físico pode fazer em tempos de pandemia? 


 

Em tempos em que nos deparamos com um desafio de ordem internacional em relação a questões que afetam a saúde, podemos nos perguntar: o exercício pode de alguma forma nos ajudar a combater a COVID-19? 

Já se sabe que o exercício traz benefícios para o coração; ajuda a manter saudáveis os nossos músculos; auxilia no combate a uma série de doenças crônicas, como Diabetes, Parkinson, Alzheimer e outras; promove qualidade de vida e melhora a capacidade de realizar as atividades diárias, como caminhar, sentar e levantar, subir escadas, etc.

Alguma dessas frases é novidade para você? Muito provavelmente não. Os benefícios do exercício físico quando realizado de forma crônica e bem orientada por profissionais de Educação Física é capaz de trazer uma série de consequências positivas para a saúde corporal e mental do indivíduo. Porém, qual a resposta para a pergunta que inicia este texto? Sabe-se que o exercício físico promove uma melhora do sistema imunológico, que é composto pelas células de defesa do corpo. Toda doença infecciosa, quando afeta o organismo, sofre imediatamente uma resposta de “contra-ataque” do sistema de defesa e a maneira como isso é feito pode determinar o quanto impactante essa doença vai ser para a saúde. O exercício físico é capaz de aumentar a atividade e a capacidade de células defensoras (os famosos glóbulos brancos), gerando assim uma maior resistência à contaminação e desenvolvimento de sintomas de gripes e resfriados em geral. 

Não se sabe se há algum tipo de particularidade a ser referida em relação à COVID-19, porém há alguns indícios de que pessoas fisicamente ativas possam ter uma tendência a resistir de forma mais tranquila à doença. Há, no entanto, de ser lembrado o seguinte: não é qualquer tipo de exercício que ajuda no controle e na melhora do sistema imunológico. Qualquer exercício, quando realizado de forma extenuante, pode ter um efeito contrário e reduzir a nossa capacidade de ativar o sistema imunológico. Da mesma forma, quando um exercício é realizado em uma intensidade muito baixa, ou seja, que não gera (ou gera pouca) sensação de cansaço, provavelmente os efeitos são inexistentes. Sendo assim, o foco de quem quer melhorar a sua imunidade deve ser o exercício de intensidade moderada, aquele que você sente que trabalhou, se exercitou, mas não de forma exagerada. A frequência mínima semanal para desenvolver esse efeito benéfico é de duas vezes na semana. Mas atenção: todas essas características sobre o tipo de exercício bem como o controle de sua intensidade devem ser supervisionadas por um profissional de Educação Física. Somente ele saberá como atingir o nível de demanda otimizada para o sucesso das defesas do seu corpo!