Opinião: Violência à mulher: até quando?


 

No mês de outubro, uma das Campanhas que merece atenção especial, além do Câncer de Mama, é a da Luta Contra a Violência à Mulher, que é tão importante e muitas vezes tão impactante quanto. Não há como fechar os olhos para esse problema mundial, que, em virtude da quarentena, piorou em muitos casos. 

Mesmo com todas as campanhas de conscientização por parte da mídia, já lutamos contra essa violência que machuca e em muitos casos até mata tantas mulheres há pelo menos 40 anos. Mas por que é tão difícil acabar com isso? Essa é uma pergunta que deve aparecer para muitas pessoas todo dia e, infelizmente, não há uma resposta clara, já que nesse contexto estão envolvidas inúmeras variáveis, como histórico pessoal, personalidade, comportamento, família, atitude e tantas outras muitas vezes inacessíveis. 

Esse assunto é uma questão global e um problema de saúde pública, podendo atingir todas as mulheres. O dia 10 de outubro foi escolhido para lembrar essa causa, pois em 1980 um movimento de mulheres se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal, em São Paulo, para protestar contra esse crime. 

Então o que podemos fazer? O que muitos já fazem: lutar, denunciar, fazer escolhas diferentes e, o mais importante e difícil, mudar comportamentos. Sabemos que esse último é o que mais surte efeito, porém fazer isso no outro é quase utopia. Então, o que fazer? Começar por você, MULHER! Buscar, na medida do possível, formas de começar o movimento, repensando, principalmente, quais os seus princípios e quais condições se encaixam em suas escolhas. Provavelmente você descobrirá que em nenhum âmbito isso era desejado e muito menos almejado. Ao mesmo tempo, à medida que nos amamos mais, nos cuidamos mais e observamos nossas atitudes, é que conseguimos mudanças e é isso que precisa acontecer: pensar naquilo que queremos e de que forma lutar para acontecer. 

Não sabemos se um dia essa violência cessará, mas certamente denunciando e lutando para que melhorias aconteçam o mundo ficará mais alerta e melhor. Acreditar que há outras possibilidades também fortalece nossos movimentos e mudanças, ao mesmo tempo que potencializar nossas crenças ajudam a nos tornar mais fortes e confiantes. 

No entanto, para que essa situação mude, ainda é importante e essencial que vítimas denunciem através do LIGUE 180, que, além de auxiliar nesse momento angustiante, fornece informações e procedimentos de como agir e se comportar. A Lei Maria da Penha também pode auxiliar e até mesmo proteger você desse problema; então, não espere. 

Outra importante observação que podemos salientar é que, infelizmente, essa violência pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de gravidade. Ao longo dessa trajetória de luta, observam-se dois pontos importantes: primeiro, que várias denúncias e episódios são repetitivos, ficando, na maioria das vezes, encobertos pelo silêncio; segundo, que essa violência pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial e pode acontecer em casa, no trabalho, na escola, na rua, pelo marido, pai, irmão, padrasto ou qualquer outra pessoa que viva sobre o mesmo teto. 

Podemos então entender e, acima de tudo, transmitir da melhor maneira que o enfrentamento dessa situação começa principalmente pelo cuidado com você, que nos dias atuais, ao contrário de 40 anos atrás, é muito mais acessível, tanto no serviço público quanto privado. Então, busque ajuda, não se cale e não anule sua vida tão preciosa e cheia de sonhos, lute pelo seu direito de viver da sua maneira. 

As leis estão aí, para provar que é possível fazer mudanças, mas se você não buscar, nada acontecerá. E se não se sentir segura e achar que não é suficiente, busque amparo psicológico, pois assim criará ferramentas para fazer a mudança que merece. 

Pense e aja, pois, como disse Karla Galleta, “a melhor idade de uma mulher começa quando ela para de esperar que a felicidade venha de um homem ou de fora, e preenche o autorrespeito, amor próprio e não perde sua dignidade por nada no mundo, mesmo que isso envolva estar sozinha.”
 

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também