Oposição e aliados da prefeitura na Câmara: críticas e recursos públicos

Os vereadores Anderson Zanella e Rafael Pasqualotto têm entrado em conflito constante para defender ou criticar o governo Diogo Siqueira

Fotos: Câmara Bento

Na última sexta-feira, 10/11, a Justiça concedeu liminar garantindo que o Poder Legislativo de Bento Gonçalves deve receber 6% do orçamento do município para o ano de 2024. No projeto de lei ordinária 101/2023, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Executivo havia destinado pouco mais de R$ 16 milhões para a Casa. Agora, com a decisão do Juiz de Direito Carlos Koester, a Lei Orçamentária Anual (LOA) deverá ser alterada para R$ 26 milhões.

A prefeitura de Bento Gonçalves irá recorrer. Via assessoria de imprensa, o Executivo afirmou que “o caso está em análise na Procuradoria, que recorrerá da decisão liminar ao Tribunal de Justiça no prazo legal.”

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Na última sessão ordinária, em 13 de novembro, o clima esquentou, mais uma vez, entre os vereadores Anderson Zanella (Progressistas), defensor do governo municipal, e Rafael Pasqualotto (Progressistas), presidente da Casa e, agora, oposição declarada.

Zanella criticou a decisão do juiz e, além disso, criticou o fato da Câmara ter entrado com liminar na Justiça. Para o progressista, a Casa não precisa da quantia de R$ 26 milhões e se preocupa de quais pastas a prefeitura irá ‘tirar o dinheiro’ para repassar à Câmara. “É recurso que terá que sair de algum lugar do Executivo. Aí que eu me refiro: vamos tirar da onde? Vai tirar do término da obra do hospital [público]? Vai tirar das escolas? Vai tirar dos serviços essenciais?”, questionou da tribuna.

Aproveitando o gancho de críticas à presidência, Zanella afirmou que protocolou pedido de informações solicitando, detalhadamente, os valores gastos na obra da nova sede da Câmara – que tem orçamento superior a R$ 15,8 milhões. Outro pedido é que sejam informados, também em detalhes, os gastos do Legislativo com veículos de imprensa de Bento Gonçalves. “Fiz um requerimento também solicitando que seja encaminhado para o nosso gabinete, todos os valores pagos, com as notas fiscais individualizadas, a todos os setores da imprensa, porque nós temos já, em 07 de novembro, um total de R$ 250 mil [gastos]. Podíamos economizar aí”, disse.

Zanella também criticou uma licitação do Legislativo, no valor de R$ 400 mil, para a aquisição de computadores, telefones e demais itens de informática. “Será que é o momento? Será que precisamos gastar quase meio milhão de reais em telefone, computador, nobreak e software? Será que não está suficiente o que temos hoje para continuar trabalhando?”, questionou, reforçando que recusa qualquer item novo.

Ao final da fala do colega, Pasqualotto se manifestou sobre a decisão do juiz, além de ‘cutucar’ o governo Diogo Siqueira (PSDB). “O prefeito municipal encaminha nem 4% do que é de direito desta Casa. Eu tentando falar que estava de uma forma ilegal e o governo que o vereador Anderson defende, essa tragédia de governo, perdeu na Justiça. Então ele [Zanella] tem que falar isso daí para o juiz, não tem que falar para nós vereadores.”

O presidente da Casa também aproveitou o momento para fazer críticas ao parlamentar e sua proximidade com o Executivo. “Se o senhor quer tanto defender o dinheiro público, demita os seus assessores, venda teus computadores. As indicações que o senhor tem na prefeitura, não indique mais, por favor. Está lá se abarrotando de cargos e mais cargos”, afirmou.

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