O exercício da profissão ocupa um tempo considerável da existência humana. Não nascemos somente para trabalhar, mas para alcançar a realização, isto é, a felicidade. A centralidade do trabalho na vida humana tem uma longa história, contemplada em diferentes etapas, com avanços que resultaram, na maioria das vezes, de insistentes solicitações. Mesmo que muitos não se enquadrem no trabalho formal, praticamente todos desenvolvem algumas tarefas, da qual garantem o pão de cada dia. A oferta de vagas de trabalho é uma necessidade das organizações e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade governamental. A dignidade que todos buscam está intimamente ligada ao trabalho que cada um realiza.
A profissão é, sem dúvida, um espaço de construção da felicidade. A vida pessoal se faz presente no exercício profissional. Não há como deixar as alegrias e as tristezas no portão de acesso ao local de trabalho ou simplesmente desligar-se da vida pessoal enquanto se executa o ofício laboral. O humano é um ser integral que aguarda ser acolhido também de forma integral, pois só assim conseguirá desenvolver harmoniosamente as suas funções. O ambiente profissional é uma construção conjunta, mas é muito importante que aconteça, como rotina, o desenvolvimento das pessoas, para que possam ser felizes enquanto trabalham. Sem dúvida, a gestão de pessoas é o coração das organizações, pois são elas que fazem acontecer as transformações, com a ajuda da tecnologia.
A espiritualidade é mais ampla do que a religiosidade. Quando se trata de empresas espiritualizadas, não é necessário introduzir a religiosidade no ambiente de trabalho. A espiritualidade é manifestada através das atitudes. Porém, toda atitude é uma externalização daquilo que a pessoa carrega em seu coração. Mais ainda, a essência que cada pessoa leva consigo se manifesta nas atitudes inspiradas pelo amor. Ser espiritualizado é ser capaz de vivenciar o amor em todos os sentidos: o amor-próprio e o amor para com o próximo. Porém, para vivenciar o amor é necessário acreditar no valor da vida, na certeza de que cada pessoa tem uma missão e um propósito, enquanto peregrino neste mundo. Mesmo que, num mesmo ambiente, convivam pessoas de diferentes credos, a harmonia pode existir, pois o ponto de encontro é o amor, que se manifesta também na fé.
A espiritualidade tem um papel inconfundível: humanizar. Uma pessoa sem espiritualidade pode se sentir incompleta, pois não está contemplando todas as suas dimensões existenciais. Ninguém nasce sem espiritualidade. Porém, todos podem optar em cultivar ou não a espiritualidade. As organizações podem ajudar os colaboradores para que se sintam realizados também espiritualmente. Quando os líderes e gestores reservam tempo para elogiar, escutar e dialogar, simplesmente estão desenvolvendo a espiritualidade no local de trabalho. Os benefícios são importantes, bem como a justa remuneração, mas a relação humana faz a diferença dentro e fora das organizações. Onde há amor, respeito, acolhida, solidariedade e perdão, a espiritualidade marca presença e ilumina os corações e os ambientes. Organizações espiritualizadas são organizações felizes.