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Os erros da medicação de uso contínuo

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Embora doenças crônico-degenerativas não tenham cura, o tratamento pode proporcionar uma vida completamente normal à pessoa. Para isso, é fundamental administrar corretamente as suas medicações. No entanto, mesmo com médicos e enfermeiras à disposição para explicar como funciona o tratamento com remédios de uso contínuo, 50% dos pacientes ainda cometem erros, como mostrou um estudo publicado no periódico “Annals of Internal Medicine”.

O problema é ainda mais grave do que parece. De acordo com o pneumologista Ricardo Martins, do Hospital Universitário de Brasília, cerca de 30% das internações nos hospitais são decorrentes de erros com a medicação.

Cessar o tratamento por conta própria

O pneumologista Ricardo explica que são dois os principais motivos que levam os pacientes a abandonar o tratamento sem consultar o médico. “Alguns têm medo de viciar nas medicações e outros acreditam que, quando acabam os sintomas, não há necessidade de continuar com remédios”. Ele alerta, entretanto, que a decisão pode levar a sérias complicações.

“No caso de doenças como a asma, a interrupção do tratamento abre portas a crises que podem até levar o paciente à morte”, diz o especialista. Outro problema é que os sintomas voltam a aparecer e o organismo pode ficar com danos irreversíveis, como no caso de hipertensão ou outras doenças silenciosas. A única pessoa que pode definir com segurança quando cessar as medicações é o médico.

Não respeitar o horário

“Existe uma lógica no estabelecimento dos horários para tomar o medicamento e eles devem ser respeitados para que o tratamento seja eficaz”, afirma o cardiologista José Carlos Ayoub, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). Ele explica que o intervalo entre uma dose e outra é calculado para que o paciente não fique sem o efeito da medicação ou com uma dosagem muito alta no organismo. Além disso, os horários devem se adequar à rotina do paciente. “Quem trabalha de dia tem um risco maior de sofrer uma queda de pressão nesse horário, então a medicação deve ser focada principalmente nesse período”, complementa. Se a sua medicação atrapalha o seu dia a dia, converse com seu médico.

Compensar a dose esquecida

“Caso tenha se esquecido de tomar uma dose da medicação, consulte o médico sobre o que fazer”, recomenda o pneumologista Ricardo. Compensar a dose pode até funcionar para alguns anticoncepcionais orais, mas não necessariamente para medicações de asma, por exemplo. Segundo o especialista, a automedicação é responsável por milhares de mortes e internações todos os anos. Algumas empresas fabricantes de medicamentos, inclusive, já criaram um sistema amigável de uso pelos pacientes, diferenciando comprimidos por cor ou oferecendo alguma medida de controlar a dose certa. Se este não for o caso, vale deixar um calendário na geladeira e até programar o despertador do celular.

Tomar mais do que o prescrito

Toda medicação é prescrita de acordo com um princípio básico: até que ponto os seus benefícios são superiores aos seus efeitos colaterais? Isso significa que a diminuição ou o aumento da dose podem acarretar sérias consequências, desde o agravamento da doença até intoxicação pelo excesso de medicação. “Por isso, é fundamental seguir o tratamento exatamente como prescrito”, aponta o cardiologista José.

Se os sintomas piorarem ou se outros aparecerem, informe o seu médico antes de tomar qualquer atitude. Caso o médico que vá atendê-lo não seja o mesmo da vez anterior, não se esqueça de levar a receita prescrita.

Trocar a ordem dos medicamentos

“Muitas medicações exigem protetores gástricos por serem muito fortes e, nesse caso, a ordem de cada remédio influencia no resultado”, afirma o cardiologista José. Segundo o especialista, uma pessoa portadora de doenças crônico-degenerativas raramente toma apenas uma medicação.

Assim, quando uma das drogas pode causar prejuízos, outros remédios precisam ser prescritos para conter os seus efeitos colaterais. Se este é o seu caso, organize uma tabelinha com o horário e a ordem de seus remédios. Qualquer mudança ou esquecimento deve ser informado ao seu médico.

Prolongar o tratamento

Segundo o pneumologista Ricardo, o uso de medicamentos sem prescrição médica ou por um período maior do que o recomendado pode mascarar doenças ou ainda gerar uma superbactéria resistente a esses remédios. Felizmente, o risco de uma pessoa prolongar seu tratamento por medo de voltar a ter crises, sofrer recaídas ou por achar que ainda não está completamente saudável é pequeno. Desde 2010, as farmácias têm sido obrigadas a exigir receita até para os antibióticos mais simples.

Não informar o médico

O ideal seria que existisse um sistema de saúde inteligente, no qual diferentes médicos pudessem acessar o histórico de um mesmo paciente sem que ele precisasse carregar pilhas de exames e receitas. Enquanto essa facilidade não existe, continue levando esses documentos e uma lista com os remédios que está tomando sempre que for ao médico. “Isso facilita muito o trabalho do profissional de saúde e evita combinações que possam potencializar ou diminuir o efeito das medicações”, alerta o pneumologista Ricardo. Monte uma pastinha com essas informações.

Por Laura Tavares – Fonte: Portal Minha vida (www.minhavida.com.br)

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