Os pais da Babilônia

Poucos de nós sabem, e até procuram saber, a origem das festividades arraigadas em nossa cultura. Eu mesmo passei a pesquisar essas origens há pouco. 

Afora o apelo comercial que todas elas têm, há, sempre, uma origem espiritual, uma base, uma justificativa para tal. Com o Dia dos Pais não é diferente. 

A história conta que a data comemorativa teria se originado há mais ou menos quatro mil anos, na Babilônia, quando um jovem esculpiu mensagens em argila para seu pai, desejando-lhe coisas boas. Depois disso, essa data foi comemorada por alguns anos no dia de São Joaquim, 16 de agosto.

Nos Estados Unidos, o Dia dos Pais tem origem também em uma homenagem feita por uma filha. Uma menina chamada Sonora, depois de ver seu pai criá-la e aos cinco irmãos depois que a sua mãe morreu no parto, entendeu por homenageá-lo, tendo essa data sido oficializada no calendário pelo presidente Richard Nixon, cuja escolha do dia foi o dia do aniversário do pai de Sonora. 

No Brasil, entendeu-se por fixar o Dia dos Pais no segundo domingo de agosto, para que as pessoas pudessem comemorar com as suas famílias. É, pois, uma data variável desde então, mas mantendo as proximidades do dia de São Joaquim. 

Nos relatos históricos, a Babilônia tem sua importância comercial e cultural muito bem definida, já tendo sido considerada a maior e mais desenvolvida cidade do mundo. Claro que para a sua época. Porém, considerando que assim retratada na Bíblia, a Babilônia sempre foi relacionada a orgias, festas, descaminhos, perdição. 

E essa Babilônia, mais uma vez, veio à tona nesse último Dia dos Pais, pelo menos para alguns. Houve uma marca de produtos de beleza que lançou mão de uma campanha para o Dia dos Pais, tendo como estrela um ator transgênero. Por certo que o conservadorismo que assola nossa sociedade bradou aos quatro ventos, contra! 

Eu não vou entrar no mérito sobre a assertividade ou não dessa campanha. Certo é que, para ser pai, não é necessário gênero, não é necessário sangue, não é necessário vínculo desde sempre. É necessário única e exclusivamente amor. E isso cada dia mais eu aprendi com a vida e com as lições do meu querido amigo Jorge Paulo Bonalume, presidente do DNA da Alma, grupo de apoio à adoção, de Farroupilha, cujo trabalho eu recomendo que todos conheçam, pois é exemplar, além de sensacional. 

Eu não tenho o melhor pai do mundo, mas eu tenho o melhor pai que ele soube ser, até hoje. Obrigado, vovô Dirceu! 

Até a próxima!

 

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