Os perigos da mesa do trabalho

Quem trabalha em escritório tem na sua absoluta maioria uma colega inseparável: a mesa de trabalho. E quando a mesa não é saudável, seu ocupante sentirá imediatamente ou a longo prazo os efeitos nocivos.

Por isso mesmo, se algo está ruim no ambiente de trabalho, não é só a produtividade na empresa que pode ser prejudicada, o bem-estar e o corpo também sentem os impactos. “Um ambiente fora do padrão confortável demanda adequações de nossa fisiologia que podem causar sintomas e cansaço”, acredita o clínico geral Eduardo Finger, de São Paulo. A longo prazo, problemas de visão, ortopédicos e mesmo emocionais podem dar as caras. Entre os sintomas, podemos enumerar dor de cabeça, dores musculares, mal estar, irritação, estresse… Quer evitá-los? Então tire um momento para respirar e coloque ordem na sua mesa e ambiente com essas dicas:

Posicione sua luz: o ambiente de trabalho deve ser bem iluminado, mas não extremamente brilhante. O mais indicado são lâmpadas frias ou fluorescentes. “A luz muito forte causa ofuscamento e atrapalha o rendimento”, explica o oftalmologista Ricardo de Almeida Neves. Se quiser ter uma luminária em sua mesa, posicione-a diretamente para a superfície de leitura. “É preciso avaliar bem a necessidade, pois pode aumentar o calor no posto de trabalho e não solucionar a deficiência de iluminação”, explica a fisioterapeuta Claudia Wanderck. 

Cuidado com a janela: a luz natural é a ideal para o trabalho, mas é preciso tomar diversos cuidados para que a iluminação não atrapalhe mais do que ajude. A posição ideal é algo que os especialistas divergem um pouco. Todos concordam em um ponto: sentar-se de frente a essa iluminação é prejudicial, por causar ofuscamento. Para o oftalmologista Ricardo Neves, o ideal é se posicionar de costas, para fazer sombra no monitor do computador ou na folha de papel. Já para a fisioterapeuta Cláudia essas sombras podem ser prejudiciais, e o ideal seria sentar-se lateralmente à janela. De qualquer forma, como nem sempre dá para regular essa posição, opte pela instalação de persianas horizontais.

Ajuste a tela do computador: é preciso estar atento ao brilho da tela. “O excesso de luz pode levar ao cansaço, e hoje os computadores permitem esse ajuste”, considera Neves. O monitor deve estar um pouco abaixo do nível dos olhos, em um ângulo de cerca de 15 graus. “Tanto a tela quanto o teclado devem estar na frente da pessoa, evitando rotações. A distância do monitor deve ser aproximadamente 50cm dos olhos”, descreve a fisioterapeuta Camila. Atenção também ao posicionamento das mãos ao teclado: o punho deve estar na mesma linha dos cotovelos, para evitar extensão do músculo. 

Cadeira: a altura é fundamental para o conforto do trabalhador. “Você precisa estar com os pés integralmente apoiados no chão e as costas retas. Apoio para os braços deve ser de tal modo que não fiquem pendentes ou retraídos, mas apoiados confortavelmente sem a necessidade de trabalho muscular”, explica o clínico geral Eduardo Finger. Vale investir em dois itens importantes também: o acolchoamento no assento e apoio na região lombar, como ressalta o ortopedista Trevizani.

Ar-condicionado: o principal problema é o ressecamento do ambiente. Qualquer atividade que requer concentração visual faz a pessoa piscar menos e isso é fundamental para a saúde dos olhos. Ter uma fonte de água próxima à mesa, como um copo, ajuda a umidificar o ambiente. 

Mexa-se: sair um pouco de frente da tela do computador é importante para o corpo e para os olhos. O normal é piscar 22 vezes por minuto, mas diante de uma folha de papel o número reduz para 10 vezes e de um tela para, até 5 vezes pelo mesmo período de tempo. O indicado é fazer uma pausa de 5 minutos a cada uma ou duas horas. Andar pode ser bom, pois é um tipo de movimento que nos faz piscar mais. “Levantar também traz como ganhos a melhora circulatória, de concentração e de relaxamento. Nenhum corpo suporta muitas horas na mesma posição, portanto não é posição ideal se não for modificada frequentemente”, explica a fisioterapeuta Cláudia. 

Fonte: portal Minha Vida
(www.minhavida.com.br)

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