Os três patetas

Tem sido cada vez mais difícil compreender que alguém seja capaz de não acreditar na letalidade do vírus. E nas graves consequências que ele pode causar em nossas vidas.    

Todas as pessoas com quem eu converso, que foram acometidas por ele, relatam a mesma situação: sensação de preguiça, fraqueza, a conhecida “malazeira”. Pessoas fortes e sempre dispostas hoje relatam preguiça, falta de vontade, desânimo, talvez até seu cérebro, em autodefesa, dizendo: CUIDE-SE!

A verdade é que, mesmo os mais fortes, se “tocados”, percebem as suas consequências. Eu, incrivelmente, fui assintomático, fui uma das pessoas que, mesmo não tendo experimentado nenhum sintoma, nenhunzinho mesmo, desenvolvi anticorpos e, testado, fui considerado imunizado, pelos anticorpos. Válido ou não, prudente que eu permaneça seguindo os protocolos de segurança, por mim e pelos meus.  

Ora, na semana em que perdemos um artista do quilate de Paulo Gustavo, que vinha lutando contra esse mal silencioso – nem tão silencioso assim – desde o mês de março, não há como não padecer, novamente, do medo de vir a ser também atacado pelo vírus, por qualquer uma de suas variantes. E isso mesmo tendo desenvolvido anticorpos. Se a morte é certa – e é –, ela é um fato, um evento futuro e incerto. Incerto na sua data, mas certo de sua ocorrência. 

Todos nós, seres humanos que somos, mesmo aqueles que buscam a perfeição, erram. Erram de várias formas. E não é pecado errar. Errado é não aprender com o erro. Errado é não aceitar aquilo que, para o teu bem, te dizem que está errado. Errado é não ouvir aquilo que quem te ama te diz, de coração. Aliás, é errado não ouvir quem tem ama…

Hoje, é errado também não acreditar nas consequências dos efeitos do coronavírus. Podemos não concordar com alguns protocolos ou não aceitar que alguns deles podem ou não funcionar. Subestimá-lo, todavia, é um erro. Tal qual não ouvir quando lhe dizem que algo que foi feito não foi certo. Subestimá-lo, aliás, me parece ser uma atitude que vai para além da insanidade, quase uma oligofrenia. 

Contudo, mesmo assim, vê-se, diariamente, quem o subestima. Vê-se, diariamente, quem ainda não acredita nele. Vê-se, ainda, pessoas influentes, formadores de opinião, e que deveriam dar o exemplo, negando-se, inclusive, a tomar a vacina. E o pior de tudo é que essas pessoas têm seguidores. Sempre têm! Todo mundo tem! Alguém sempre segue o seu exemplo.

Não, esqueçamos, porém, que se eu andar com três gênios, eu provavelmente serei o quarto. Se eu andar com três trabalhadores, eu provavelmente serei o quarto. Mas, se eu andar com três patetas, por óbvio, eu serei o quarto…

Até a próxima!

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