Depois de quase 30 anos de trabalho junto às comunidades de Bento Gonçalves – os últimos 18 deles de forma ininterrupta –, o padre Izidoro Bigolin deixará a Paróquia Santo Antônio no dia 14 de dezembro. A despedida do religioso tem um objetivo maior dentro da representação da Igreja Católica na Serra Gaúcha: Bigolin se muda daqui um mês para Caxias do Sul, onde se dedicará exclusivamente à função de vigário-geral.
A nova atribuição não é novidade para o sacerdote, que já a exercia desde outubro de 2011, e comunicou sua partida em uma carta aberta, publicada nesta semana no jornal “Boa notícia”, editado pela paróquia. “Na prática, eu já desenvolvo esse trabalho nesses últimos três anos, mas agora ele exige mais a minha presença por lá”, explica. Ao lado do bispo e amigo Dom Alessandro Rufinoni, Bigolin atuará no governo da Diocese, que abarca 72 paróquias em 32 cidades da região.
Nas próximas semanas, durantes as missas no Santuário de Santo Antônio, Bigolin detalhará como será sua saída e também aproveitará o momento das celebrações para agradecer pelo envolvimento da sociedade bento-gonçalvense nas questões ligadas à igreja. “Levo comigo, principalmente, a gratidão desse povo, que sempre quis o bem da comunidade. Eu fiz muitas amizades aqui, pessoas que vi nascer, crescer, e que hoje estão à frente de muitos setores da sociedade”, afirma.
Natural de Nova Roma do Sul e com família de origem em Pinto Bandeira, Bigolin já dedicou 36 anos dos 62 completados na última quarta-feira, dia 12, ao sacerdócio. Mesmo na vizinha Caxias, ele garante que manterá o vínculo com Bento Gonçalves. “Eu vou estar mais próximo das demais paróquias, mas não significa que não podemos nos manter unidos. Até porque é aqui do lado, né?”, brinca.
Apesar da grande renovação estrutural promovida com o restauro do santuário, entregue em maio, após sete anos de obras, Bigolin não vê a renovação do patrimônio como a ação mais importante realizada durante sua passagem. “Claro que ele tem valor, porque envolveu muitas pessoas nesse projeto, mas a coisa mais importante foi organizar o trabalho junto às comunidades. É algo que sempre sonhei e que agora precisa continuar”, avalia.
No começo de 2015, a Diocese deverá nomear um novo sacerdote para a Santo Antônio. O posto de pároco, entretanto, deverá ficar a cargo de um dos dois padres que já atuavam ao lado de Bigolin e permanecem no município.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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