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“Padre do Balão”: caso completa 15 anos

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Caso aconteceu no dia 20 de abril de 2008

Padre do Balão
Foto: Reprodução

Há 15 anos, o padre Adelir de Carli voou de Paranaguá, no Paraná, segurado apenas por balões de gás hélio, com destino traçado para o Mato Grosso do Sul. Entretanto, o final da viagem foi trágico.

A tentativa do padre aconteceu no dia 20 de abril de 2008 com mil balões sustentando uma cadeira. Na ocasião, o pároco decidiu se aventurar no trajeto, com o objetivo de arrecadar fundos para sua comunidade. Porém, a viagem acabou sendo prejudicada pelo mau tempo e fortes ventos.

Os preparativos para a viagem do padre Adelir foram acompanhados por fiéis, curiosos e pela imprensa. Antes de partir, sob chuva, o sacerdote celebrou uma missa especial. Mesmo com o céu nublado e o tempo instável, ele decidiu seguir com o voo.

Às 13h, preso em uma cadeira sustentada por 1.000 balões, o sacerdote partiu da cidade Paranaguá, no Paraná, com a intenção de chegar a Dourados, em Mato Grosso do Sul, em um voo de 20 horas.

Vinte minutos depois da partida, para a surpresa da equipe que o acompanhava em terra, Adelir conseguiu atingir uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar, quase o dobro do que estava previsto.

Antes de perder a comunicação com as autoridades, o padre comentou com a equipe que as condições climáticas eram desfavoráveis e citou problemas com o dispositivo de navegação GPS.

No dia 20 de abril, o último contato do padre com a Polícia Militar aconteceu durante a noite, às 21h, quando ele estava a cerca de 25 quilômetros do município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. As investigações na época apontaram que o mau tempo o teria levado em direção ao mar.

Durante meses, Adelir foi considerado desaparecido. Várias frentes de buscas foram montadas no litoral brasileiro. As equipes envolviam a Mariana, Aeronáutica e um grupo de bombeiros voluntários que passaram um mês vasculhando o mar de Santa Catarina.

Em 4 de julho de 2008, restos do corpo do padre foram encontrados no mar por um barco rebocador que prestava serviços à Petrobras próximo à costa de Maricá, no Rio de Janeiro.

O exame de DNA, feito no Instituto de Pesquisa Genética Forense a partir de uma amostra de material colhido com o irmão do padre, o mestre de obras Moacir de Carli, confirmou a identidade de Adelir. O sepultamento do padre aconteceu em sua cidade natal, Ampére.