Pais que sofreram estresse constante na infância podem ter filhos com desenvolvimento tardio

Portal Minha Vida

A infância é uma das fases que definem o que seremos no futuro. Este momento ser positivo implica em nos tornarmos adultos mais saudáveis. Mas isso na maioria dos casos não depende da criança: há muitos fatores externos que podem provocar uma infância traumática ou estressante. Pensando nisso, o periódico “Pediatrics” publicou um estudo, indicando que pais que passaram pelo o que eles chamam de "estresse tóxico" durante a infância têm maior probabilidade de ter filhos com atrasos no desenvolvimento, além de terem dificuldades em lidar com os problemas de saúde de suas crianças.

Mas isto não significa que qualquer tipo de estresse na infância pode acarretar em consequências para seus filhos. As situações realmente prejudiciais envolvem brigas constantes em casa, o divórcio dos pais, a convivência com pais que apresentam doenças mentais ou algum tipo de vício em álcool ou outras substâncias, ou até mesmo observar o sofrimento de pais que sofreram abuso sexual, físico ou emocional.

COMO O ESTUDO FOI FEITO
Foi selecionado um grupo de 311 mães e 122 pais com filhos de até dois anos de idade. Depois, foi verificado se essas crianças tinham pais que vivenciaram ao menos uma entre as dez formas de estresse tóxico na infância. Cada situação de estresse tóxico vivida pelas mães na infância acarretava em um aumento de 18% na probabilidade de seus filhos terem desenvolvimento atrasado. Já para os pais, a cada trauma durante a fase infantil, os riscos de um desenvolvimento tardio nas crianças aumentavam em 34%.

Quando as mães diziam que vivenciaram no mínimo três tipos diferentes de estresse tóxico, as crianças tinham um aumento significativo nas chances de apresentarem atrasos de desenvolvimento múltiplos, que podem afetar o aprendizado escolar e a saúde emocional dos pequenos, segundo Alonzo Folger, líder do estudo.

"Exposição a situações de abuso, negligência e outras disfunções no lar, durante a infância, podem ter efeitos psicobiológicos que são tóxicos para o cérebro durante partes primordiais do desenvolvimento", disse Folger em entrevista ao site Reuters.