Palavras!

“Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro.”, diz o provérbio. Pitágoras, por sua vez, dizia que: “Se o que tu tens a dizer não é mais belo que o teu silêncio, então cala-te!” . É certo que eu já disse aqui, parafraseando mais uma vez Evelyn Beatrice Hall, que eu defendo o direito de expressão de todos. Acho que, em verdade, de quase todos, pensando melhor… E já disse também, centenas ou milhares de vezes, que “se sinceridade é um defeito, podem me jogar fora, porque eu não tenho conserto”. 

Porém, a idade, aliada à régua, fez com que eu passasse a pensar muito antes de dizer qualquer coisa. Antes de fazer também…

O que para alguns pode parecer, talvez, uma falta de atitude, um contrassenso, para mim, por certo, chama-se prudência. Afinal, sou dono dos meus atos, mas escravo das consequências, como dizia Pablo Neruda, em uma tradução livre.

Na minha infância, fui surpreendido pela lenda da boneca Hello Kitty. Esta, segundo alguns, não tinha boca porque a filha do seu criador teria padecido de um câncer, sendo essa a resposta dele para com isso. Poucos dias atrás, uma querida amiga, Michele Nunes, presenteou a Sophia também com uma boneca sem boca. Diferentemente da Hello Kitty, que talvez tivesse esse mesmo intuito, não sei, a Michele disse que esta seria uma bonequinha pedagógica, que expressaria as mesmas emoções e sentimentos da criança: se a criança está feliz, a boneca está feliz; se a criança está triste, a boneca está triste; se a criança chora, a boneca chora; etc. 

Surpreendi-me com isso. Afinal, a última coisa que eu esperava é que uma boneca não tivesse boca… Todavia, a Michele é uma dessas pessoas que nos surpreendem. Ela trata com senso de humor todo e qualquer assunto, seja ele triste, sério, profissional ou amenidades. Ela é mais uma daquelas que eu agradeço a Deus por ter por perto. E por Ele e ela me permitirem sorver de suas gotas de bondade, mesmo que de vez em quando…

A verdade é que, seja por conta da cura de uma doença ou pedagogicamente falando, saber a hora de calar é bem mais importante do que ter voz e vez para falar. Alguns, porém, seria melhor mesmo que não tivessem boca…

Até a próxima!          

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