Palito: “Ninguém quer ajudar, só recebo não”

Aos 10 anos, o bento-gonçalvense Marcelo Vignatti, o Palito, já era um frequentador assíduo dos jogos do Esportivo, ao lado do pai, nas cadeiras da velha Montanha. Na sequência, além de torcedor, virou jogador profissional do clube, e hoje, aos 43 anos, também está disposto a colaborar como presidente. Mas se por um lado sobra disposição, por outro falta apoio, o que pode fazer com que o empresário desista de ser o sucessor de Luis Oselame.

O primeiro obstáculo a Palito, quando convidado para assumir a presidência do Esportivo no biênio 2016/2017, foi o estatuto, que prevê um tempo mínimo de dois anos como conselheiro para tornar-se apto a candidatar-se ao cargo máximo da diretoria executiva. Como o empresário não é conselheiro, haveria a necessidade de mudança no estatuto. Esse, no entanto, é o menor dos problemas. A partir do convite, Palito iniciou a busca por um grupo de apoio, com vice-presidentes e diretores. Até o momento, contudo, ouviu apenas negativas. “Ainda falta pessoas para ajudar, nem tanto financeiramente, mas com trabalho. Ninguém quer, só recebo não. Eu gostaria de assumir, mas preciso desse apoio. Já falei com três ou quatro conselheiros, eles falam que ajudam, mas a verdade é que não podem ajudar. Eles dizem: se você precisar de algo fala comigo, mas lá eu não posso ir, naquele outro lugar também não, essa coisa toda. Apoio de pessoas de fora também tem, dizem que se eu assumir eles ajudam, mas nada concreto. É uma situação ruim, porque você assumiria uma coisa que na verdade não sabe bem o que está pegando”, conta.

O empresário lamenta ainda que discordâncias e ressentimentos do passado ficaram acima da instituição e continuam emperrando o crescimento do clube. “Eu senti que há muito racha, muita política. Por exemplo: me machucaram aqui, então agora eu não apoio mais ali. Há muito racha, muita coisa que não leva a nada, entende?”, frisa.

O atual presidente, Luis Oselame, vem trabalhando com Palito na busca por um grupo de apoio, não apenas para que possa viabilizar a sucessão, mas também para antecipar as eleições, previstas para dezembro. A ideia é empossar a nova diretoria até outubro e, dessa forma, planejar com antecedência a comissão técnica e elenco para a Divisão de Acesso 2016. Palito enfatiza, no entanto, que não levará adiante o interesse em assumir o alviazul caso continue encontrando resistência. “Eu não tenho partido político, não sou do lado A e nem do lado B, não tenho essas indiferenças que o pessoal sente muito ainda. Vou conversar com mais algumas pessoas e, se eu ouvir não, tambem vou ter que diz não ao clube”, conclui.

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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