PAM 24h: falta de manutenção dificulta atendimento

Estrutura física deteriorada, janelas que não podem ser abertas ou sem vidros, marco das aberturas apodrecendo, móveis danificados pela ação do tempo, cadeiras rasgadas, cortinas corroídas, instalações improvisadas, além de corredores lotados de pacientes à espera de assistência médica. Essa é a situação na qual se encontra o atual Pronto Atendimento (PAM) 24 horas, mantido pela secretaria municipal da Saúde de Bento Gonçalves, que funciona no bairro Botafogo. As condições do prédio e da mobília indicam que a manutenção não é feita há bastante tempo. Nesta semana, a equipe do SERRANOSSA esteve no local e constatou que o único espaço que não apresenta problemas de conservação é a capela, mantida por um grupo de voluntárias.

O coordenador médico da secretaria, Marco Antônio Ebert, afirma que, apesar de a prefeitura ter ciência da situação, não estão previstas melhorias físicas até que a nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – também conhecida como Hospital do Trabalhador durante a gestão de Roberto Lunelli e como Hospital do Povo depois que a nova administração assumiu a prefeitura – esteja pronta. “Quando a UPA estiver concluída, todos os serviços que hoje funcionam junto ao PAM serão transferidos para o novo espaço”, comenta Ebert. 

Atualmente o pronto-atendimento contabiliza mais de 100 mil consultas clínicas e pediátricas realizadas a cada ano. Por mês, a média é de 8 mil pacientes adultos e 2 mil crianças e adolescentes atendidos. A unidade ainda abriga os funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Aliás, esse é outro problema: um longo corredor que separa a sala de plantão dos socorristas do estacionamento onde ficam as ambulâncias, o que atrasa ainda mais o deslocamento dos profissionais até a ocorrência. De acordo com Ebert, essa situação deve mudar em breve. “Já estamos providenciando a construção de uma escada provisória, para que os profissionais saiam pelo outro lado do prédio, o que agilizaria a chegada até as ambulâncias. O estacionamento das unidades também será alterado”, anuncia. 

Ainda segundo o coordenador, o prédio que hoje abriga o Pronto Atendimento 24 horas deve ser reformado totalmente e passará a sediar a parte administrativa da secretaria de Saúde. Hoje os setores funcionam em um espaço alugado.

A conclusão da UPA

As obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), também conhecida como Hospital do Povo, já foram retomadas. Os trabalhos haviam sido paralisados em função da crise financeira após a descoberta de desvios de dinheiro público, no segundo semestre do ano passado. Segundo a prefeitura, a unidade necessitará de adequações. A falta de observação de normas do Ministério da Saúde, como a presença de rodapés de MDF, que precisarão ser trocados, é um dos motivos para o atraso do término da construção. Também será preciso destinar um espaço para abrigar os profissionais do Samu e adaptar instalações elétricas e hidráulicas, que apresentam problemas. A secretaria municipal da Saúde não soube informar o valor inicial e a estimativa de quanto a obra custaria após as adequações serem feitas.

Para desafogar os atendimentos

No PAM, os atendimentos são feitos por três clínicos e dois pediatras, que, muitas vezes, não conseguem suprir a demanda dos usuários com agilidade. Conforme o coordenador médico da secretaria municipal de Saúde, Marco Antônio Ebert, isso se deve ao fato de a atual administração ter assumido o município com uma defasagem no quadro de profissionais da área, o que fez com que a população migrasse para o pronto-atendimento 24 horas ao não conseguir assistência nas unidades básicas dos bairros.

Outras medidas também devem ser adotadas em breve para minimizar os problemas. Uma delas é a retomada do chamado terceiro turno (das 18h às 22h) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos bairros São Roque e Santa Helena. A suspensão do horário adicional ocorreu em novembro do ano passado e foi tema de uma reportagem do SERRANOSSA na edição do dia 16 daquele mês. Ebert também anuncia que a Unidade Móvel de Saúde também deve voltar a funcionar e que o quadro de médicos do interior, atualmente incompleto, já está sendo regularizado. “Assim, quando um paciente que não precisa de tratamento de urgência chegar ao PAM, podemos encaminhá-lo à UBS, pois haverá médicos para atendê-lo nessas unidades”, afirma.

Hoje para completar o quadro de funcionários, faltam oito médicos, que devem ser contratados em breve. A previsão é que 108 profissionais atuem nas 22 UBSs de Bento. “Com mais pessoal para atendimento, também podemos oferecer tratamento preventivo, pois quando uma doença não é tratada e diagnosticada, acaba levando a pessoa ao atendimento de urgência”, observa Ebert.

Reportagem: Elisa Rossi Kemmer

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