Para diminuir a miséria
Bento Gonçalves é conhecido por ser um município rico, com boas oportunidades de emprego e uma qualidade de vida acima da média de outras cidades. O que poucos sabem é que, apesar desta pujança econômica, há parte da população que vive em condições consideradas de miséria, com renda de apenas R$ 70 por pessoa por mês. Voltado a melhorar a qualidade de vida deste público, foi lançado o programa “Bento mais feliz é Bento sem miséria”.
Estudo recente apontou que, enquanto 90% dos 108,4 mil habitantes pertencem às classes A, B e C e tem rendimento familiar acima de R$ 1,2 mil mensais, quase 2% da população é miserável. Estimativas da Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social (Semhas) apontam que o número de famílias nesta situação é de 579, totalizando cerca de duas mil pessoas em Bento.
A intenção do programa é que as pessoas tenham conquistas como emprego e fonte de renda para sair da linha de pobreza extrema. Na semana passada o município recebeu a visita da coordenadora-executiva adjunta do Programa de Erradicação da Pobreza Extrema “RS Mais Igual”, Paola Carvalho. Na visão dela, a erradicação da miséria em Bento deverá ser obtida, pois há poucas famílias em relação à população total e existe uma rede de assistência social presente no município. Apesar disso, o secretário de habitação e Assistência Social, Roberto Locatelli, discorda. “É difícil falar que vamos acabar com a miséria, mas tentaremos minimizá-la. Se levarmos em conta a parcela da população miserável, o número é pequeno comparado a outros municípios, mas para nós é uma taxa preocupante”, observa.
A secretaria trabalha agora na elaboração de um plano municipal de combate a miséria. O objetivo neste primeiro momento é conhecer as famílias e perceber os anseios de cada uma. “Pretendemos oferecer cursos para este público, mas para que haja adesão ao programa é preciso que a oferta seja de interesse destas famílias”, aponta. O apontamento inicial é de que a capacitação será na área de construção civil. A conclusão do plano municipal deve ocorrer até o final de outubro.
Cadastro único
Locatelli estima que dois terços das famílias já tenham cadastro na Semhas. Para receber qualquer benefício da secretaria é preciso fazer o Cadastro Único, voltado para famílias com renda de até três salários mínimos mensais. O cadastro é indispensável para participar de programas como o Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família e solicitar tarifa social de energia. O cadastro deve ser feito junto aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
Miséria por localidades
Região dos bairros Conceição e Municipal: 256 famílias
Região dos bairros São Roque, Ouro Verde, Aparecida e Zatt: 125 famílias
Região dos bairros Vila Nova e Eucaliptos: 66 famílias
Fonte: Semhas
Saiba mais
O Rio Grande do Sul foi o segundo a aderir ao programa federal Brasil sem Miséria e instituiu o “RS Mais Igual”. Lançado no dia 30 de junho, o programa estadual tem como objetivo tirar mais de 306 mil gaúchos da miséria até 2014. Organizado em três eixos de atuação – transferência de renda, acesso aos serviços públicos e geração de oportunidades – o RS Mais Igual tem como uma das principais ações o projeto RS Mais Renda, instrumento que proporcionará complementação da renda no valor de R$ 50 aos beneficiados pelo Bolsa Família e que participarem dos cursos de formação.
Secretarias municipais de Educação, Saúde, Habitação e Assistência Social, Turismo e Desenvolvimento Econômico integram o comitê gestor. Bento Gonçalves foi o primeiro município do Estado a se organizar para buscar a adesão ao programa estadual e estabelecer um programa municipal.
Centros de Referência em Assistência Social
Cras 1: rua Arlindo Franklin Barbosa, 251, São Roque. Fone: (54) 3451 4833;
Cras 2:avenida Osvaldo Aranha, 1479, sala 101. Fone: (54) 3055 7347;
Cras 3: avenida Carlos Dreher Neto, 650, Vila Nova. Fone: (54) 3451 4884.
Novas regras
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) anunciou nesta semana novas normas para o Bolsa Família que valem partir de setembro, em nível nacional. A mudança prevê que cada família cadastrada no programa passe a receber até cinco benefícios variáveis referentes a menores de 15 anos, cada um no valor de R$ 32. Antes, o limite era três crianças cadastradas. Além dos cinco benefícios pagos às crianças, cada família pode receber por até dois por adolescentes com 16 e 17 anos. Com isso, o valor máximo pago por família passou de R$ 242 para R$ 306. Em Bento Gonçalves ainda não há estimativas de quantas famílias serão beneficiadas com as alterações nas regras.
Carina Furlanetto
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