Para incentivar defesa pessoal

Objetivando desmistificar o rótulo de “sexo frágil” e proporcionar autoestima, autocontrole e sensação de segurança, a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher de Bento Gonçalves criou o projeto “Pró-mulher: defesa pessoal e artes marciais”. A proposta visa unir esforços para que academias e escolas de artes marciais, associações e sindicatos possam oferecer desconto a suas colaboradoras para a prática das aulas de autodefesa. O Pró-mulher será apresentado na próxima sexta-feira, dia 25, no auditório do Ministério Público, a partir das 14h. O evento é aberto ao público e vai reunir autoridades e representantes de entidade, além de praticantes de artes marciais que farão uma demonstração de defesa pessoal.

A ideia foi proposta pelo promotor Gílson Borguedulff Medeiros, do Ministério Público e aceita pelas demais entidades. Entre elas está o Centro Revivi, que atende mulheres vítimas de violência. Conforme a coordenadora, psicóloga Sandra Giacomini, duas academias e uma escola de arte marcial já aceitaram o convite. “Será inicialmente oferecido um curso de três meses, no qual as mulheres receberão todos os ensinamentos básicos de defesa pessoal. Quem tiver interesse em aprofundar a arte escolhida pode dar continuidade após esse período”, detalhe. 

Mesmo antes do lançamento do projeto, o Revivi está em tratativas com associações para enfatizar os benefícios que o engajamento trará não só para as mulheres, mas para a sociedade de modo geral. O objetivo principal do projeto é reduzir o número de vítimas.

Quatro opções de lutas

Taekwondo: a arte marcial prega a defesa sem armas, utilizando somente os pés e as mãos com rapidez e destreza dos movimentos. O treinamento ainda proporciona mais coordenação motora, flexibilidade, fortalecimento, resistência, concentração e autodisciplina. “Através da defesa pessoal estamos trabalhando para o aumento da autoestima. A mulher, em especial, se sente mais confiante ao aprender movimentos de autodefesa. Aprender não significa que elas necessariamente precisarão utilizar as técnicas. Na verdade, treinamos os alunos para não fazerem isso. Mas, com certeza, ajuda a ter mais autocontrole quando a situação exige uma postura diferente”, explica Leandro Caldeira, da Escola Rede Mestre Artes Marciais, uma das que aceitaram participar da proposta.

Muay Thai: as aulas serão ministradas por Tatiane Tusset, da Garra Team, nas dependências da academia Phantom. A arte caracteriza-se pelo uso dos cotovelos, joelhos e golpes com a canela, pés e punhos. A prática ajuda no desenvolvimento da concentração e autoconfiança. 

Jiu-jítsu: a arte utiliza golpes de articulação, como torções de braço, tornozelo e estrangulamento, visando a imobilização. Para isso, usa, basicamente, o peso e a força do adversário contra ele mesmo. Esse treinamento será coordenado pela professora Amanda Manzo Mendes, também da Garra Team. “Os benefícios não estão associados a questões de gênero, portanto, se trata de um mecanismo em que a prática se sobrepõe à força”, explica.

Hapkido: a arte coreana é especializada em defesa pessoal. Chutes, socos, cotoveladas, projeções, torções, estrangulamentos e rolamentos, entre outros, são utilizados para imobilizar o adversário. “Trabalhamos com a flexibilidade e a respiração. A técnica ainda envolve o uso de armas, tacos, bastões, bolsas, facas, entre outros objetos, todos voltados para a defesa pessoal”, explica o professor Vagner Marcon, da academia Natsport, parceira do projeto. “Incentivamos a prática de esporte, principalmente como forma de superação pessoal, para vencer pequenas barreiras pessoais. Não trabalhamos para formar um atleta, mas para formar caráter. São exercícios voltados para a parte física e ao mesmo tempo mental, que ajudam os alunos a se sentirem mais confiantes e ter autoestima mais elevada”, ressalta.

Reportagem: Katiane Cardoso


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