Para melhorar, será preciso mudar
O Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob) de Bento Gonçalves tem por objetivo apontar as mudanças necessárias para melhorar o trânsito e os deslocamentos pela cidade. Segundo diretrizes nacionais, a intenção é sugerir novos modais de mobilidade privilegiando os não motorizados, como pedestres e ciclistas, seguidos do transporte coletivo, e tendo os carros como os últimos da lista.
De acordo com a arquiteta urbanista Izabele Colusso, diretora da Plural Consultoria em Planejamento Territorial – empresa contratada através de licitação pública –, o plano tem um total de oito etapas a serem cumpridas. Nesse momento, o estudo desenvolve as etapas dois e três, com previsão de entrega ainda em abril. “Estamos ainda na fase inicial, que é a coleta de informações da situação atual da mobilidade urbana no município, o que vai servir como subsídio para as etapas subsequentes, que seriam a elaboração das propostas”, explica.
Com prazo de conclusão programado para 5 de novembro, o PlanMob, que custará R$ 125 mil aos cofres municipais, apontará diretrizes para os próximos 20 anos. Segundo Izabele, a tendência é priorizar modais de transporte que são mais sustentáveis, como bicicletas e algum tipo de alternativa visando o transporte coletivo, que não precisa, necessariamente, ser somente ônibus. “Devemos verificar a realidade da cidade para depois dizer o que vai ser priorizado ou não em cada situação. Com certeza, o trânsito de Bento Gonçalves tem solução. Nós iremos planejar ações de curto, médio e também de longo prazo”, frisa.
Obstáculos
A diretora lista alguns dos obstáculos que a cidade encara atualmente e que precisam ser vencidos para a melhoria da mobilidade urbana. “O transporte da cidade enfrenta problemas topográficos, estruturais e também devido ao grande número de veículos. Esses são problemas visíveis a todos e não é preciso ser técnico para perceber essas dificuldades”, reconhece. Mesmo assim, a arquiteta destaca que as propostas de melhoria em curto prazo ainda não estão prontas. “Seria irresponsabilidade falar de alterações que ainda não foram consideradas”, justifica.
Entretanto, um importante aspecto deve ser considerado ao longo de todo o processo: a melhoria da mobilidade em Bento Gonçalves deverá passar por intervenções significativas no modo de pensar e agir no trânsito local. “As alterações que serão implantadas têm a intenção de melhorar o fluxo, tráfego e toda a mobilidade. Mas, para que isso aconteça, será preciso mudar alguma coisa. Essa é uma mensagem que sempre gosto de passar, porque as pessoas querem melhorias, mas sem qualquer tipo de alteração e, sem mudanças, e isso é impossível”, completa a profissional.
Participação popular
A empresa responsável pelo estudo de mobilidade urbana do município já realizou duas audiências públicas estendendo o debate com a população, com o intuito de receber sugestões e reivindicações. “Além das audiências, que tiveram como alvo a população urbana e rural, nós realizamos uma reunião técnica, para a qual foram convidados representantes de entidades que seriam afetadas diretamente pelas alterações propostas pelo plano de mobilidade”, aponta.
Izabele lembra também que foram abertos outros canais de participação popular. “Através do site da prefeitura (www.bentogoncalves.rs.gov.br) e também por e-mail (planmobbentogoncalves@gmail.com), a comunidade pode trazer sugestões e apontar problemas. São canais que nos servem para a coleta de informações. A partir daí, nós conseguimos mapear quais são as principais demandas”, conclui. O período para contribuições da comunidade segue até o dia 20.
Reportagem: Jonathan Zanotto
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