Para Smed, turmas casadas não são prejudiciais

Com o início do ano letivo, velhas questões começam a ser levantadas pelos pais que, insatisfeitos com o rendimento dos filhos, cobram definições e soluções da Secretaria Municipal de Educação (Smed). É o caso de escolas onde, em função do número reduzido de alunos, uma mesma sala divide estudantes de diferentes anos, as chamadas turmas multisseriadas. A prática é comum, sobretudo em instituições de menor porte ou localizadas em áreas mais afastadas da zona urbana que não veem outra alternativa a não ser agrupar alunos de diferentes idades. Embora alguns pais fiquem insatisfeitos com o método, a Smed garante que a prática não prejudica o aprendizado.

A mãe de uma estudante matriculada no 4º ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aurélio Frare, no bairro São Vendelino, reclama das dificuldades que a filha teve no ano passado, quando cursou o 3º ano na mesma escola. “Minha filha foi muito prejudicada”, lamenta a mãe, que prefere não se identificar. Ela diz que, para ensinar os alunos, a professora dividia o quadro e orientava que cada criança copiasse a matéria referente ao seu ano. “Ela acabava prestando atenção, copiando os dois conteúdos e se confundindo. Sem contar que raramente vinha para casa com o caderno para que eu pudesse conferir o que ela vinha aprendendo na escola”, relata.

Smed explica

A secretária de Educação, Jaqueline Favero, explica que este método é aplicado somente em escolas nas quais existe um pequeno número de alunos e onde não haja outra alternativa. Além da EMEF Aurélio Frare, a prática acontece também na EMEF General Rondon, no Barracão, EMEF Floriano Peixoto, em São Valentim, EMEF Senador Salgado Filho, em Tuiuty, e EMEF Barão de Mauá, em Pinto Bandeira. “Nessas escolas são feitas diversas atividades coletivas, o que possibilita um maior desenvolvimento da aprendizagem”, comenta Jaqueline.

O trabalho desenvolvido pelo professor, segundo ela, é realizado de maneira diferente do que nas turmas nas quais os alunos são da mesma série. “Nos anos iniciais de alfabetização, esse tipo de metodologia não prejudica as crianças”, garante. Ela ainda destaca que seria injusto que um profissional que trabalha com poucos alunos receba o mesmo salário de um professor que dá aula para turmas com até 25 pessoas, justificando a necessidade de agrupar alunos em uma mesma sala de aula. Jaqueline salienta que a Smed busca sempre acompanhar os trabalhos realizados nas escolas municipais e neste ano disponibilizará aos professores seis horas semanais para que possam realizar o planejamento das aulas e melhorar a qualidade de ensino no município.

Possibilidade de quatro turmas juntas mobiliza pais

Em 2011 as turmas casadas já eram realidade na EMEF General Rondon, no bairro Barracão. Entretanto, no final do ano foi anunciado que, devido ao pequeno número de estudantes, em vez de dois anos por turma (1º e 2º em uma, e 3º e 4º, em outra), crianças do 1º ao 4º ano dividiriam a mesma sala. Indignados, alguns pais transferiram os filhos para outras escolas. “Não aceitei este tipo de situação e optei por transferir minha filha para a escola estadual no bairro”, comenta a mãe de uma aluna do 3º ano.

A diretora da escola, Ivete de Bona De Paris, diz que não houve alternativa, porque o número de estudantes era insuficiente para abrir uma nova turma. Como vários pais optaram por transferir os filhos, não restaram alunos de 3º e 4º anos. Para 2012, serão apenas duas turmas na General Rondon: uma de Educação Infantil, com cinco alunos no Jardim A e sete no Jardim B, e outra de anos iniciais do Ensino Fundamental, com duas crianças no 1º ano e seis no 2º. “Mesmo com poucos alunos, não vamos fechar as portas”, garante a diretora.

 

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