Paralisação dos caminhoneiros segue tendo impactos na região

A região ainda segue sentindo o reflexo da paralisação dos caminhoneiros iniciada na segunda-feira, dia 21, mesmo após o anúncio do acordo entre o Governo Federal e entidades ligadas ao movimento. A mobilização na região ocorre na BR-470 em Bento Gonçalves, Garibaldi, Veranópolis e Nova Prata. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Garibaldi o movimentou ganhou adesão de tratores na manhã desta sexta-feira, dia 25. 

No início da tarde, o presidente Michel Temer anunciou que utilizará o Exército para liberar as estradas. 

Transporte coletivo

A empresa Santo Antônio, por meio de nota, informou que haverá novas alterações nos horários de ônibus. Neste sábado, dia 26, os coletivos operarão com a tabela de domingo. No domingo, dia 27, haverá ônibus das 5h45 às 8h30 e das 16h30 às 19h45. Na segunda-feira, também haverá alteração: a circulação será das 5h30 às 8h30, das 11h às 13h30, e das 16h30 às 19h30. Após às 20h não haverá o serviço. 

A empresa Bento também opera com redução de horários. Neste sábado, dia 26, apenas 50% dos roteiros serão realizados. A orientação é que quem precisar utilizar o serviço consulte as opções pelos telefone (54) 3452 2977. No domingo, dia 27, a empresa não terá ônibus circulando. Já na segunda, a frota irá operar de forma semelhante à da Santo Antônio, com viagens apenas nas seguintes faixas de horário: 5h30 às 8h30, 11h às 14, e 16h30 às 19h30.

Ônibus intermunicipais 

A empresa Bento confirma que há combustível suficiente em estoque para o transporte dos romeiros até o Santuário de Caravaggio ao longo dos dois dias de festa. Para outros trajetos intermunicipais, haverá suspensão de horários. A orientação é consultar a rodoviária pelo telefone (54) 3451 1311.

Supermercados

Conforme a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o segmento supermercadista do Estado permanece com dificuldades de abastecimento de produtos em todos os setores e em todo o território gaúcho. Os itens de mercearia, higiene, limpeza e bazar têm um estoque médio de segurança para 15 dias, o que garantirá o abastecimento da população com estes produtos durante a próxima semana. Entre as mercadorias perecíveis, entretanto, a situação se agrava a cada dia de paralisação. “Supermercados de todo o Estado estão relatando falta de produtos em áreas como açougue, laticínios e hortifrútis. Outra situação que preocupa é a do gás de cozinha. Se os supermercados não conseguirem repor seu estoque, ficarão inviabilizadas as produções de padaria, confeitaria e rotisseria”, informa o presidente da entidade Antônio Cesa Longo.

Horas mais tarde, a entidade divulgou nova nota, alegando que, apesar da preocupação, não há motivo para pânico: "Responsável pelo abastecimento de 90% dos itens de necessidade básica dos gaúchos, o setor supermercadista não ficará desabastecido de alimentos nas próximas semanas. A afirmação é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, que busca tranquilizar os consumidores com relação aos estoques das lojas do segmento. 'Se a paralisação dos caminhoneiros perdurar, faltarão produtos pontuais, mas o desabastecimento completo não ocorrerá. Os consumidores seguirão encontrando produtos alimentícios, bebidas e itens de higiene e limpeza nos supermercados, a menos que a greve se estenda por muitas semanas. O Estado possui 4,4 mil supermercados e, se o cliente não encontrar algo em uma loja, poderá encontrar este mesmo item em outro ponto de venda', afirma. O presidente destaca a gravidade da paralisação, mas garante que a preocupação do setor supermercadista não é com o desabastecimento das gôndolas. 'Há situações muito mais preocupantes, como a impossibilidade do deslocamento das pessoas e os problemas relacionados à saúde pública, com a falta de medicamentos e de tubos de oxigênio nos hospitais. Comida não vai faltar', garante Longo. Segundo o supermercadista, o consumidor está acostumado a migrar de produtos para economizar, e saberá compor sua cesta de compras com os produtos disponíveis nos supermercados. "Se faltar pão, o cliente migra para um biscoito. Se faltar requeijão, migra para a margarina, e assim por diante. Não há motivo para pânico', exemplifica". 

Água 

A Corsan de Bento Gonçalves garante que haverá abastecimento no município e que toda a logística necessária para que o serviço transcorra dentro da normalidade até o final do mês está disponível. A companhia está em alerta devido ao fato de que alguns municípios do Estado poderão ser afetados em razão da não chegada de insumos e equipamentos utilizados no processo de descontaminação. No entanto, a Corsan alerta para que a comunidade racionalize o consumo de água.

Lixo

O serviço de coleta de lixo continua a funcionar normalmente. Ao invés de depositar os resíduos orgânicos no aterro em Minas do Leão, a empresa RN Freitas está levando o material para São Leopoldo, o que reduz o consumo de combustível.

Serviços públicos

Devido à paralisação geral, que está acarretando redução nos horários de transporte coletivo e falta de combustível, o Ponto Facultativo de 1º de junho, referente ao feriado de Corpus Christi, foi transferido para nova data a ser anunciada posteriormente. Desta forma, não haverá expediente nas repartições públicas municipais neste sábado, 26 de maio. Não será mantido plantão nas secretarias, como havia sido anunciado, como também não haverá encontro dos servidores na Fundação Casa das Artes, promovido pelas secretarias de Educação, Saúde e Assistência.

A prefeitura, por meio de nota publicada em seu site, manifestou apoio à mobilização. Desde a última quarta-feira, 23 o uso da frota foi restringido para o estritamente necessário, como forma de apoio ao movimento dos caminhoneiros e a ação da Famurs. Cartazes de apoio à paralisação foram fixados nos carros da prefeitura. 

Indústria moveleira

As indústrias moveleiras gaúchas foram fortemente impactadas pela paralisação dos caminhoneiros, com falta de gás e escassez parcial de matérias-primas, obrigando muitas delas a suspenderem suas atividades. Por meio de nota, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (Movergs) e o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) endossam a pressão pela retomada imediata das condições de trafegabilidade nas rodovias.