Pausar pra quê?
Praticamente toda a pílula, desde que apresentada em cartelas com 21 comprimidos, pode ser usada de forma contínua, conforme a ginecologista Cídia Mazzocatto. “Não é necessária a pausa de sete dias”, confirma.
A especialista explica que quando a mulher não toma a pílula, ou seja, no período normal de ovulação, os folículos maduros aumentam de tamanho, ovulam, murcham e a parte de dentro do útero se desprende, expelindo a menstruação. “Do contrário, quando a mulher toma o comprimido, é como se o ovário estivesse dormindo, porque não há a ovulação e o endométrio – ou a parte de dentro do útero, de onde sai a menstruação – sangra apenas pelo fato de ter parado de tomar o comprimido por sete dias”, detalha. Quer dizer, se a mulher não interrompe a ingestão da pílula, a menstruação deixa de ser produzida. “Se ocorre a emenda da pílula, o útero, além do ovário, também fica inativo”, acrescenta.
Cídia reforça que, ao tomar o anticoncepcional de maneira contínua, não há menstruação, e, consequentemente, não há por que pensar que a menstruação fica presa no organismo. “Ela não é produzida”, reforça. “Essa pausa de sete dias não é chamada pelos ginecologistas de menstruação. Nós chamamos de sangramento por privação”, esclarece.
Há casos, ainda, de mulheres que utilizam a não interrupção da pílula como forma de tratamento contra a endometriose. “É uma doença que resulta em muita cólica e provoca a infertilidade”, resume. “Neste caso, o anticoncepcional sem a pausa trata a doença”, indica. Em alguns casos, o fato de emendar uma cartela de comprimidos anticoncepcionais na seguinte pode auxiliar também nos sintomas da Tensão Pré-Menstrual, a conhecida TPM. “Há algumas pílulas que são mais indicadas para a TPM, devido à dosagem de diurético em sua composição”, relaciona Cídia. “Teoricamente ajuda, mas na prática, é perceptível em alguns casos”, pondera.
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