O presidente da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, Rafael Pasqualotto (PP), arquivou nesta segunda-feira, 07/12, o pedido de abertura da "CPI da Máquina Pública". A solicitação foi feita por seis vereadores na última segunda-feira, 30/11, a fim de investigar a conduta do atual prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, durante as eleições municipais.
De acordo com o despacho de Pasqualotto, o pedido não se trata de um "acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional e legal, econômica e social do Município". Além disso, ele cita que os vereadores solicitantes não delimitaram "o objeto" da investigação, podendo alcançar "fatos ocorridos em passado distante".
Outro argumento utilizado para arquivar o pedido de abertura da CPI foi o artigo 11º do Regimento Interno, o qual diz que não deve ser aberta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigações "pertinentes às atribuições do Poder Judiciário". Pasqualotto também citou o fato do tempo para investigação, que seria "insuficiente" tendo em vista que o mandato dos atuais vereadores se encerra ao final deste mês de dezembro.
Por fim, afirmou que o pedido de abertura da CPI teria intenções políticas, "sem acarretar em nenhuma elucidação propositiva para a população acerca dos fatos que já estão sendo investigados pelo Poder Judiciário".
Na quarta-feira passada, 02/12, representantes políticos e moradores se reuniram em frente ao Fórum de Bento para manifestar, entre outras pautas, apoio à criação da CPI.
De acordo com o vereador Gustavo Sperotto (PSD), um dos parlamentares que assinou o pedido de instauração da CPI, "a população novamente tem a sua representatividade e democracia abalada….mas ela é passiva e, por isso, essas atitudes acontecem".
O vereador Moacir Camerini (PSB), outro parlamentar que solicitou a abertura da CPI e esteve na manifestação, classificou como "lamentável" a decisão de Pasqualotto e afirmou que está atrás de uma forma de interpor recurso.