Perseguição e morte: testemunha relata violência
O jovem Djonathan Serafin, de 18 anos, amigo das vítimas de perseguição policial na madrugada do último domingo, contou ao SERRANOSSA a versão do que viu do ocorrido.
A primeira testemunha a chegar no local em que estava a Fiorino alvejada pelos tiros da Brigada Militar foi Djonathan Serafin, que reside em frente à casa do menor que estava no veículo, mas não se feriu. Foi no sítio da família de Djonathan, na localidade de Santa Bárbara, às margens do Rio das Antas, que os jovens se reuniram nas horas anteriores à ocorrência. Lá, fizeram um churrasco, ouviram música e beberam.
Na hora de retornar para Bento, pouco depois das 4h, Djonathan saiu na frente transportando a motocicleta de um casal de amigos que havia tido problemas mecânicos em sua caminhonete. Danúbio, então, emprestou a sua moto para o casal, e aceitou voltar para a cidade no baú da Fiorino, junto com Anderson. Menos de uma hora depois, os dois foram baleados e morreram na carroceria.
Djonathan conta que, no caminho, teve que parar para tirar a chave da ignição da moto que carregava e, nesse momento, a Fiorino passou por ele e não foi mais alcançada na estrada. Quando chegou à casa do menor, no bairro Fátima, para encontrar com os amigos, percebeu os tiros na Fiorino, mas achou que não se tratava de algo grave. “Eu só fui em casa, ali na frente, deixar a caminhonete, e voltei para ver os ‘piás’. Pensei que eles ‘tavam’ dentro de casa. Mas ‘nisso’ chegou a polícia, umas duas viaturas meio juntas, e depois várias, umas cinco. O Tiago (de Paula, motorista da Fiorino) ‘tava’ em cima de um banheiro, em cima da casa, e eles já me botaram na parede. Depois, eu só ouvia eles batendo no Tiago e perguntando da arma, onde que ‘tava’. Ele disse que não tinha arma nenhuma. Aí eles abriram a Fiorino e perguntaram ‘e esses dois mortos aqui dentro?’. O Tiago falou que era culpa deles, por causa dos tiros que tinham dado, e bateram mais nele”, relata.
Djonathan afirma que considera “impossível” que houvesse uma arma em posse dos amigos. “Eu conhecia o ‘Andi’ há uns dez anos, e o Danúbio desde que veio morar em Bento. Isso não tem lógica, senão alguém teria visto alguma coisa lá embaixo [no sítio]. E eu ajudei a descarregar a Fiorino e não tinha nada. O que aconteceu foi que a gente bebeu um pouco e o Tiago ficou com medo, sabia que ‘tava’ errado e que podiam pegar no bafômetro. E também ‘tava’ com os piás atrás. Mas ele ‘tava’ tranquilo, bem consciente. Para mim, isso é impossível”, conclui Djonathan.
A arma, um revólver calibre 38 legalizado, teria sido encontrada por peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) no compartimento de carga da Fiorino, segundo consta na versão oficial sobre o caso, dada pela BM. A Polícia Civil diz já saber quem é o proprietário, mas ainda não divulgou detalhes para não atrapalhar as investigações.
Você confere a cobertura completa do caso na edição impressa do SERRANOSSA que circula na próxima sexta-feira, dia 21.
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