Pesquisa aponta crescimento de serviços

Em período de crise mundial, Bento Gonçalves pode comemorar seu desempenho socioeconômico em 2011. A 41ª edição da Revista Panorama Socioeconômico apresentada pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG) na noite da última segunda-feira, dia 12, mostra que tanto a indústria, quanto o comércio e os serviços cresceram no ano passado muito acima da média nacional que foi de 2,7%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento real foi de 4,7% no faturamento dos três setores da cidade, levando em consideração o deflator usado pelo instituto para o cálculo do PIB. A soma de riquezas produzidas em Bento no ano passado chegou a R$ 7,36 bilhões. No Brasil, este valor atingiu R$ 4,14 trilhões.

Mesmo com o maior faturamento setorial – R$ 4,90 bilhões – e empregando 21,1 mil pessoas das 38.300 com emprego formal, a indústria, com 10%, não foi a que mais cresceu ficando atrás dos serviços, líder no desenvolvimento com 23% de crescimento, e do comércio, que cresceu 12,5%.

Embora a economia de Bento Gonçalves dependa da indústria, a diversificação produtiva demonstra que o mercado é volúvel e se movimenta conforme as demandas que se apresentam. A presença de uma economia criativa, aliada a dificuldade geográfica para a ampliação das indústrias existentes e para a instalação de novas, dá indícios de que a busca por novas áreas é uma forte alternativa para o desenvolvimento.

Com este desempenho, a indústria perdeu dois pontos na participação econômica do município, passando de 68% para 66%. Em compensação, os serviços subiram de 12% para 14%. Já o comércio, mesmo com o crescimento, manteve os 20%. Quanto ao faturamento, o município cresceu 40,8% nos últimos cinco anos, indo de R$ 5,23 bilhões em 2007 para R$ 7,36 bilhões em 2011. O crescimento real de 8,9% médio ao ano é maior que a inflação.

Apesar da geração de 2,2 mil novas vagas no mercado de trabalho no ano passado, Bento Gonçalves registra uma taxa de desemprego de 2% (2 mil pessoas desocupadas). Com base no Censo de 2010, 66.005 pessoas, entre os 107 mil habitantes, são economicamente ativas. Destas, 38.300 tem emprego formal, sendo 21,1 mil na indústria, 11,1 mil nos serviços e 6,1 mil no comércio.

O número de empresas também cresceu na cidade, indo de 10.537 em 2010 para 10.974 em 2011. Mesmo assim, os estabelecimentos comerciais reduziram com a diminuição de 41 empresas. Já na indústria houve um incremento de 22 organizações. O aumento foi ainda maior nos serviços com a abertura de 456 empresas.

Os móveis continuam com a maior representatividade da indústria – 45% -, seguidos pelo setor metalmecânico com 18%, pelos produtos alimentícios com 12% e pelas bebidas com 10%. Um terço dos móveis do Estado depende das empresas de Bento Gonçalves, que tem uma participação de 37%. Em 31 municípios da Serra Gaúcha esta representatividade sobe para 60%.

A pesquisa também mostra que a educação talvez seja um entrave no futuro do município. Apenas 10,6% da população de Bento Gonçalves possui curso superior, o que compromete a força da economia e o desenvolvimento social que depende de profissionais cada vez mais qualificados. O percentual é ainda menor no Brasil, 8,5%.

Balança comercial

A balança comercial também apresenta saldo positivo, ou seja, exportações superiores às importações. No entanto, esse saldo vem mostrando decréscimo nos últimos anos. Em 2007, o saldo da balança era superior a US$ 70 milhões, ao passo que, em 2011, passou para US$ 16,2 milhões, um pouco superior ao de 2010. Isso é reflexo do câmbio favorável às importações nos últi­mos anos e representa a busca por fontes de supri­mento alternativas às nacionais. O volume de importações foi de US$ 102 milhões e o de exportações chegou a US$ 118 milhões.

Do total exportado, 13% vai para o Japão, país que lidera a lista de compradores. As 89 empresas da cidade que hoje exportam, têm sua produção distribuída entre 86 países – 60% da América Latina, 16% da Ásia e 10% da União Europeia. 81% do que se exporta são bens de consumo duráveis e não duráveis: 48% móveis e 26% sucos. Os bens de capital lideraram as importações com 43% de máquinas e equipamentos, o que comprova investimentos em modernização. No período analisado, 124 empresas importaram.

As informações são da Conceitocom Brasil.

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