Pesquisadores criam cola capaz de fechar feridas em três minutos

 FONTE: PORTAL MINHA VIDA 
(www.minhavida.com.br) 

Um muco defensivo produzido pelas lesmas inspirou pesquisadores dos Estados Unidos a criarem um novo tipo de cola que pode transformar a medicina. 

Os cientistas do Instituto Wyss de Engenharia Biologicamente Inspirada da Universidade de Harvard desenvolveram "biocola" com base no muco secretado pela lesma Arion fuscus, encontrada na Europa. O animal produz a substância como forma de defesa contra predadores. 

"Criamos nosso material para ter as principais características do muco da lesma e o resultado é muito positivo", contou o pesquisador Jianyu Li, à BBC. A mesma equipe já havia testado o material anteriormente para selar um buraco no coração de um porco e obtiveram sucesso. 

Os experimentos realizados, publicados na revista “Science”, mostram que a cola não é tóxica para o tecido vivo e é três vezes mais forte do que qualquer outro adesivo médico. "Estou muito impressionado com esse sistema. Resolvemos um grande desafio e abrimos grandes oportunidades na área médica. As aplicações são bem amplas – o material é muito resistente, elástico e adaptável, o que é muito útil quando você deseja interagir com um tecido dinâmico, como o coração ou os pulmões", disse Jianyu Li. 

De acordo com a pesquisa, a nova cola pode ser usada como um esparadrapo na pele ou como um líquido injetado em ferimentos mais profundos no corpo. Além disso, o produto adere a uma superfície em três minutos e vai ficando mais forte. Em meia hora, está tão resistente quanto a própria cartilagem do corpo. 

Embora o produto ainda não esteja disponível para o uso médico, sua capacidade já foi provada mecanicamente em laboratório, onde foram realizados testes com ratos e com um porco. Os especialistas indicam que a cola supera as alternativas no mercado e existe uma demanda potencial muito alta. 

O próximo passo dos pesquisadores é desenvolver versões biodegradáveis que, naturalmente, desapareceriam à medida que o corpo se recupera. "[A nova cola] tem o potencial de melhorar os cuidados com a saúde e salvar vidas", afirmou o professor John Hunt, líder de pesquisa sobre tecnologias médicas e materiais avançados na Nottingham Trent University, no Reino Unido. "Essa pesquisa é realmente emocionante, mas o detalhe da biocompatibilidade precisará ir além do que é apresentado no estudo para orientar sua eficácia clínica e segurança em longo prazo e, portanto, aplicações médicas reais", completou.