PF combate tráfico internacional de animais da África e da Oceania para o Brasil

Pássaros eram trazidos em voos comerciais a partir da Europa e receptados por criadouros clandestinos no RS

Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 31/10, a terceira fase da Operação Bird Box, para reprimir o tráfico internacional de pássaros exóticos introduzidos no Brasil sem autorização dos órgãos competentes.

Na ação, policiais federais cumpriram dois mandados de busca na cidade do Alegrete, que resultaram na apreensão de 29 animais sem a documentação de origem lícita, um deles sem vida, anilhas para aves, além de telefones celulares e documentos de interesse da investigação. Os animais apreendidos serão encaminhados ao Centro de Triagem do IBAMA, em Porto Alegre.

A investigação teve início em 2019 e apura o tráfico de pássaros originários da África e da Oceania para o Brasil, trazidos a partir da Europa em bagagem despachada em voos comerciais. Devido ao modo de transporte, grande parte dos animais chega ao destino sem vida ou debilitada. Há ainda a suspeita de comercialização de organismos geneticamente modificados, crime previsto na Lei de Biossegurança.

Na primeira e segunda fases da Operação Bird Box, deflagradas no ano de 2021 foram apreendidas 263 aves exóticas no município do Alegrete e denunciadas 9 pessoas, entre brasileiros, espanhóis e portugueses, pelos crimes de organização criminosa internacional, introdução de espécies animais no país sem licença, manutenção de criatórios sem autorização e receptação qualificada.

A introdução de animais no país depende de prévia autorização do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA, pois os animais podem ser portadores de doenças, inclusive de contágio humano, colocando em risco a vida das pessoas.

Conforme a Global Financial Integrity Intl, 2017, o tráfico internacional de fauna e e plantas silvestres (excluídas as madeireiras) movimenta aproximadamente entre 7 a 23 bilhões de dólares anualmente em todo o mundo.