Uma organização bilionária planejava assassinar o repórter Giovani Grizotti após suas denúncias sobre o esquema de soja na fronteira do RS
Na última terça-feira, 5 de dezembro, a Polícia Federal (PF) desvendou um plano de assassinato contra o repórter Giovani Grizotti da RBS TV durante uma operação de combate ao contrabando na fronteira RS-Argentina. Dois suspeitos foram presos, e as investigações apontam que a motivação do crime estava ligada às reportagens de Grizotti, que impulsionaram investigações policiais sobre o esquema ilegal.
Detalhes do plano foram revelados por meio da interceptação de mensagens entre os suspeitos, onde criticaram as reportagens de Grizotti, alegando que estas intensificaram as investigações policiais. A conversa evoluiu para a proposta de assassinato do jornalista, sob a crença de que isso beneficiaria as operações ilegais.
Giovani Grizotti ganhou destaque por suas reportagens em outubro de 2022, que expuseram o contrabando de soja na fronteira, revelando fraudes nas notas fiscais e descrevendo a logística do esquema, incluindo o transporte de soja por barcos pelo Rio Uruguai.
Além da ameaça direta ao jornalista, a operação visava desmantelar um grupo suspeito de movimentar R$ 3,5 bilhões em cinco anos por meio do contrabando de soja e milho. Foram executados 59 mandados de busca e apreensão, além de 16 mandados de prisão em cinco estados brasileiros. A investigação também revelou a aquisição de R$ 1,2 bilhão em criptomoedas por duas empresas envolvidas no esquema.
O desdobramento da operação incluiu o bloqueio de contas bancárias totalizando R$ 58 milhões, a apreensão de veículos, imóveis de luxo e uma aeronave avaliada em R$ 3,6 milhões. Os nomes dos presos não foram divulgados devido ao segredo de Justiça do caso.