PF não encontra indícios da participação de vinícolas em trabalho análogo à escravidão

“Até o presente momento, a gente pesquisou bastante sobre isso, nas provas que a gente tinha aqui,  não foi encontrado nenhum indício de participação das vinícolas no crime de redução à condição análoga de escravidão”, disse o delegado federal Adriano Medeiros do Amaral

Foto: Reprodução/Polícia Federal

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 17/03, a Polícia Federal (PF), por meio do delegado federal Adriano Medeiros do Amaral, afirmou que, após investigação, não foi constatado nenhum indício de participação das vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton no crime de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves. A PF segue na investigação sobre as denúncias de maus tratos na pousada em que os 207 trabalhadores resgatados ficavam alojados enquanto trabalhavam na safra da uva. Eles eram contratados pela terceirizada Fênix Serviços de Apoio Administrativo.

“A gente fez todo um levantamento do material já recolhido. O que a gente viu foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada. Até o presente momento, a gente pesquisou bastante sobre isso, nas provas que a gente tinha aqui,  não foi encontrado nenhum indício de participação das vinícolas no crime de redução à condição análoga de escravidão”, disse o delegado Amaral.

O delegado também afirmou que os representantes das vinícolas serão ouvidos. “A gente está em uma fase de coleta de provas em razão do acontecido. O inquérito tem um prazo inicial de 30 dias para a conclusão, mas como é uma investigação bastante complexa a gente vai pedir a prorrogação A partir de agora, a gente vai fazer análise das provas colhidas e vai ser oportunizado aos investigados falar nos autos para apurar todas as circunstâncias.”, disse.

Operação

Na manhã desta sexta, a Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Bento Gonçalves e um em Garibaldi para coletar novos elementos de provas no caso dos trabalhadores resgatados no dia 22 de fevereiro.

Foto: Polícia Federal

Seis pessoas foram alvos de medidas judiciais por suspeita de integrar uma organização criminosa voltada à prática do crime de exploração de trabalho análogo à escravidão.

Apreensão

Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu dez armas. A maioria delas pertence ao empresário Pedro Santana, responsável pela contratação dos 207 trabalhadores. Santana tem licença de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC).

Além disso, o armamento consta no Sistema do Exército e está regularizado na modalidade CAC, mas foi apreendido pelo Exército porque estava armazenado de forma inadequada.

*Com informações de Portal Leouve e Polícia Federal