PIB gaúcho fecha 3º trimestre de 2023 no negativo
No acumulado dos três primeiros trimestres do ano, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2022
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou variação de -0,1% no terceiro trimestre de 2023 na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2022, a economia do Estado registrou variação de 0,1%. No Brasil, nas mesmas bases de análise, o PIB teve variação de 0,1% e 2,0%, respectivamente.
Os resultados da economia gaúcha entre os meses de julho e setembro foram divulgados na quinta-feira, 28/12, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). O terceiro trimestre do ano é o período tradicionalmente marcado pela menor influência das atividades agropecuárias no PIB, segmento que tem no primeiro semestre seu maior impacto.
No acumulado dos três primeiros trimestres do ano, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto no Brasil a alta foi de 3,2%. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a variação no Estado foi de 2,1%, enquanto a nacional chegou a 3,1%.
“Os dados divulgados mostram que, após um período de crescimento significativo nos primeiros seis meses do ano em função do impulso da agropecuária, a economia gaúcha manteve-se estável no terceiro trimestre. Essa estabilidade reflete um padrão semelhante ao observado na economia brasileira durante o mesmo período”, apontou o pesquisador em economia e chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, Martinho Lazzari.
Terceiro tri x Segundo tri
A queda na agropecuária foi o principal diferencial no desempenho do Rio Grande do Sul e do país na comparação do terceiro com o segundo trimestre de 2023. Enquanto no Estado a baixa foi de 15,5%, no país o segmento registrou queda de 3,3%. Na indústria, o crescimento de 1,0% foi sustentado pelo desempenho da indústria de transformação (+1,0%), a principal da economia gaúcha, e da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+7,4%).
Nos serviços, segmento mais representativo do PIB, o avanço de 0,6% foi o mesmo do registrado no país, com destaque para o desempenho positivo das atividades do comércio (1,8%), intermediação financeira e seguros (1,5%) e serviços de informação (1,4%).
2023 x 2022
Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o terceiro trimestre do ano apresentou desempenho positivo na agropecuária (+3,8%) e nos serviços (+2,2%), enquanto a indústria registrou queda de 3,9%.
Na agropecuária, mesmo sendo menor a repercussão da produção agrícola no trimestre, o período de julho a setembro foi marcado pelos crescimentos de 32,0% na produção de milho e de 35,4% na produção de soja, enquanto as culturas tradicionais de inverno apresentaram variações negativas na quantidade produzida, como o trigo (-29,8%) e a aveia (-16,9%).
No segmento industrial, os resultados da indústria de transformação (-3,8%) e da construção (-6,9%) tiveram maior impacto nos números do período. Na transformação, das 14 atividades do Estado, 12 apresentaram baixa nos números, entre elas a de máquinas e equipamentos (-10,8%), produtos de metal (-15,6%) e produtos de borracha e material plástico (-12,4%).
Nos serviços, as atividades de intermediação financeira e seguros (+8,4%) tiveram destaque, assim como as atividades imobiliárias (+2,4%) e outros serviços (+2,3%). O comércio também teve resultado positivo (+1,3%) e entre suas atividades registraram as altas de maior repercussão os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+7,0%), comércio de veículos (+7,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+6,5%).
Acumulado do ano
Na soma de 2023 na comparação com os três primeiros trimestres do ano anterior, a variação positiva do PIB do Rio Grande do Sul em 2,5% é sustentada pela agropecuária (mesmo com a estiagem do início do ano, se recuperou em relação ao período ainda mais severo de 2022, com alta de 26,5%), e pelos serviços (+2,9%). A indústria apresentou retração de 5,0% entre janeiro e setembro deste ano.