Piloto de Bento é aposta à motovelocidade nacional

Aos 15 anos, Pedro Sampaio tem um currículo de veterano. Já acumula títulos do Campeonato Gaúcho, das 500 Milhas e Interlagos (300cc) e foi vice-campeão brasileiro, feitos que lhe dão a alcunha, hoje, de campeão mais precoce da motovelocidade nacional.

Nenhum piloto em atividade no país obteve, com tão pouca idade, resultados tão expressivos como Pedro. O jovem bento-gonçalvense é considerado por especialistas do esporte uma aposta para a motovelocidade brasileira.

Incentivado pelos pais Lorena de Morares e Alexandre Sampaio, ambos influentes em entidades de motovelocidade e motociclismo do Rio Grande do Sul, Pedrinho, como é chamado, correu na pista pela primeira vez aos oito anos, bem antes da maioria dos pilotos brasileiros, que começa a competir, em média, a partir dos 20 anos. “Quem faz um piloto são os outros pilotos, então quanto antes você começar, antes vai estar pronto. Os grandes pilotos do Brasil que conseguiram correr lá fora começaram cedo. Muitos deles ganharam logo nas primeiras corridas. Eu, no começo, apenas competia para buscar experiência, mas hoje me sinto confiante e preparado para entrar em todos os campeonatos com condições de vencer”, afirma.

Pela idade e histórico, Pedrinho repete a trajetória de alguns dos principais pilotos do país, como Alexandre Barros e Erick Granado. Os dois começaram cedo, venceram cedo e acabaram atraídos para o exterior, principal ambição de Pedro. “Meu sonho é chegar lá, mas ainda é cedo. Preciso amadurecer mais como piloto e conquistar mais títulos, porque ninguém vai apostar em você lá fora se você não ganhar os campeonatos no Brasil”, conta.

Já há, no entanto, quem aposte em Pedro no exterior. Uma equipe francesa abriu as portas para o piloto fazer testes em alguns campeonatos da Europa, o que pode acontecer a partir de 2014. Antes, ele quer se dedicar à busca pelo titulo brasileiro que escapou por pouco em 2012 na 300cc e já migrar para a 600cc no Estadual. Paralelo às duas competicoes, também disputará etapas do Campeonato Argentino e no final do ano deverá participar da Copa Mercosul, no Uruguai. O objetivo é se ambientar aos poucos a um cenário internacional que se desenha, naturalmente, como um desafio não tão distante ao precoce talento bento-gonçalvense.

Opiniões

“Eu acho que o futuro do Pedro é muito promissor, posso falar isso porque o acompanho desde que começou. O crescimento do Pedro de lá para cá foi gradativo, mas em 2012 a evolução foi absurda, consequência de muito treinamento. Se ele mantiver essa gana de treinar e de vencer que demonstrou no último ano, vocês ainda irão ouvir falar muito desse piloto”. Leandro Fernandez Rad, diretor de motovelocidade da Federação Gaucha de Motociclismo.

“Da nova geração, hoje, no Brasil, não tem nenhum piloto que tenha a idade do Pedro com o talento dele. É um guri determinado, aplicado e que sabe o que quer. Na idade do Pedro os meninos jogam vídeo-game e vão para a balada, mas o Pedro não faz nada disso. Ele cuida da alimentação, do corpo e acredito que, no Rio Grande do Sul, é o piloto que mais treina. Ele tem grandes chances de se tornar um grande piloto e competir no exterior. Acho que ainda falta um titulo nacional, o que viabilizaria bastante coisa”. Fábio da Silva Garcia, mecânico e preparador de Pedro.

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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