Pinto Bandeira: CIC reage a críticas de advogado

Geraram mal-estar no Centro de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves as declarações do presidente da Associação em Defesa do Território de Bento Gonçalves, o advogado Carlos José Perizzolo. A entrevista, publicada na última edição do SERRANOSSA, tratava dos comentários do prefeito Roberto Lunelli, em evento do CIC, sobre a emancipação de Pinto Bandeira. Perizzolo cobrou da entidade um espaço para dar sua versão acerca dos desdobramentos das ações contra a emancipação, mas, para o presidente Jordano Zanesco, o CIC não é o fórum adequado para levar o assunto adiante. A cobrança também é considerada imprópria pelo presidente.

“Este evento com o prefeito é tradicional no CIC e acontece todos os anos. A população pode mandar questionamentos e nós incluímos uma pergunta sobre Pinto Bandeira por se tratar de um interesse coletivo”, afirma Zanesco. “Ele [Perizzolo] não esteve no evento e não enviou perguntas. Quando divulgou a nota, escrevi para ele, mas não tive retorno”, argumenta.

Para o presidente do CIC, Pinto Bandeira deve fazer parte de Bento Gonçalves, mas cabe à prefeitura procurar na Justiça a manutenção do distrito. “Nós também concordamos que o prefeito tem que defender o território de Bento Gonçalves”, diz Zanesco, “mas ele [Perizzolo] não pode utilizar o CIC para dar maior visibilidade para esta questão, mesmo que a entidade seja a favor da defesa do território”, explica.

Entenda o caso

O evento do CIC com o prefeito Roberto Lunelli ocorreu no dia 12 de março. Entre perguntas sobre assuntos de importância na cidade, o CIC questionou Lunelli sobre a posição da prefeitura quanto à emancipação de Pinto Bandeira. Lunelli disse que a prefeitura quer que Pinto Bandeira permaneça sendo um distrito de Bento Gonçalves, mas acata a decisão da Justiça que garante a emancipação. O prefeito também disse que o erro ocorreu antes da emancipação, quando a luta contra a separação não foi suficiente.

A participação do prefeito resultou em uma nota da Associação em Defesa do Território de Bento Gonçalves, em que declara que “o prefeito Lunelli utilizou argumentos que não condizem com os fatos”. Em entrevista ao SERRANOSSA, o presidente da associação, o advogado Carlos José Perizzolo, disse que não foi dada à associação a oportunidade de manifestar-se no CIC sobre o tema.

Contraponto

O SERRANOSSA tentou entrevista com o presidente da Associação Pró-Município de Pinto Bandeira, o advogado João Pizzio, para ouvir seus argumentos em defesa da emancipação, em contraponto aos do advogado Carlos José Perizzolo, que preside associação favorável à manutenção do distrito. O encontro, agendado para a tarde da última sexta-feira, dia 27, não ocorreu porque Pizzio não compareceu ao local da entrevista e não atendeu aos telefonemas da reportagem. Na segunda-feira, dia 30, através de e-mail, o advogado se desculpou por não ter cumprido com o compromisso, alegando ter tido que atender a um cliente em Vacaria. Foi tentado um novo agendamento, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta.

O que foi dito no CIC

Pergunta do CIC: “A emancipação de Pinto Bandeira já é um assunto que acompanha diversas gestões e nunca chega ao seu fim. Enquanto isso, a população do distrito sofre por não saber se faz parte de Bento Gonçalves como distrito ou se Pinto Bandeira é município. Os problemas decorrentes desta sequência de mudanças, porém sem decisões definitivas, já trouxeram e continuam trazendo inúmeros transtornos aos seus moradores. O assunto, justamente por ser polêmico e dividir opiniões, normalmente não tem uma posição convicta do Poder Público Municipal. Entendemos que a prefeitura tem responsabilidade direta na defesa do nosso território e perder Pinto Bandeira é também perder oportunidade de crescimento industrial e atrações turísticas. Qual a posição da prefeitura em relação à emancipação ou não de Pinto Bandeira? O que a prefeitura está fazendo para defender esta posição?”

Resposta de Lunelli: “Pinto Bandeira quer voltar a ser município. Nosso erro foi antes de emancipar não ter lutado o suficiente para que Pinto Bandeira permanecesse como distrito de Bento Gonçalves. A prefeitura quer Pinto Bandeira para Bento, mas se há uma decisão judicial, a gente acata. É preciso que haja uma decisão, em primeiro lugar, em respeito à população.”

Reportagem: Eduardo Kopp

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