Polícia Civil começa a investigar caso de racismo

A partir do Boletim de Ocorrência registrado por Márcio Chagas da Silva em Porto Alegre, a Polícia Civil de Bento Gonçalves iniciou nesta sexta-feira a apuração sobre o caso de injúria qualificada e dano ao veículo do árbitro durante a partida entre Esportivo e Veranópolis.

Conforme a delegada titular da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA), Deise Salton, algumas providências já foram tomadas para adiantar a investigação. Uma delas foi o pedido de perícia no veículo do árbitro. Além disso, algumas pessoas foram intimidas a prestar depoimento e imagens da partida gravadas por uma emissora de TV foram solicitadas.

Além dos árbitros auxiliares, a Polícia tem outras testemunhas que poderão ajudar a identificar a autoria dos delitos. A delegada também endossa a importância dos torcedores ajudarem no que for possível. “A nossa dificuldade é que é uma investigação baseada muito na prova testemunhal. Mas se os cidadãos tiverem a consciência que a gente espera que tenham, e denunciem, nós chegaremos às pessoas que cometeram esse delito ou, no mínimo, a quem incitou. Acho que a comunidade tem o dever de colaborar no que souber de informações”, afirma a delegada.

Além da Polícia Civil, o Ministério Público também investiga o caso. Na tarde desta sexta-feira, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) publicou a súmula do árbitro, que ratifica, no documento, todas as denúncias já feitas em entrevistas a partir do dia posterior à partida.

O caso também repercutiu no Ministério do Esporte. Em entrevista ao canal Sportv, o secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, cobrou ação dos clubes para que responsáveis por delitos dessa natureza possam ser identificados. “O que a gente tem tentado conversar com os clubes é a questão da segurança. O Coritiba gastou R$ 2 milhões com o Couto Pereira, depois daquele incidente com o Fluminense, para pôr câmeras de segurança. O estádio em Bento Gonçalves provavelmente não tinha câmeras de segurança, senão se identificava. O custo não é muito alto, e qual é a razão dos estádios não se prepararem? Qual a razão das federações não exigirem dos estádios, e das secretarias de segurança locais não exigirem dos estádios que tenham as mínimas condições de segurança para, quando acontecer um caso desse, rapidamente identificar?”, disse.

 

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Reportagem: João Paulo Mileski

 

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