Polícia Civil instaura inquérito policial para investigar caso de maus-tratos no Ouro Verde

O caso de maus-tratos contra dois cães atendido pela Polícia Ambiental na quarta-feira, 22/09, em Bento Gonçalves, foi remetido à 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP). Conforme a delegada titular, Maria Isabel Zerman Machado, a Polícia Civil já instaurou o Inquérito Policial para investigação das duas acusadas, de 53 e 65 anos. O caso repercutiu nas redes sociais durante a semana, após a prisão e posterior soltura de uma das mulheres pelo delegado titular da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Bento, Fernando Cruz Machado. 


Fotos: Divulgação/Polícia Ambiental
 

A ocorrência foi, primeiramente, atendida por policiais do 3° Pelotão de Policiamento Ambiental, que foram acionados pelo Conselho de Bem-Estar Animal (Combea) durante a tarde de quarta. Após a denúncia, uma guarnição se deslocou à residência localizada no bairro Ouro Verde, onde foram encontrados os dois cães machos, um da raça pitbull e outro sem raça definida, em situação de maus-tratos. Uma mulher de 53 anos estava no local e, primeiramente, teria se identificado como tutora dos animais.

A acusada foi levada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde se lavrou o ato de prisão em flagrante. Entretanto, horas depois, o delegado Fernando Cruz Alexandre optou pela soltura da mulher. 

Conforme explicado pelo delegado, a decisão de baseou em dois fatos. Durante as diligências do caso, a proprietária do imóvel no Ouro Verde, de 65 anos, teria se apresentado voluntariamente na delegacia, afirmando ser a tutora do pitbull, de cor branca. Já a mulher que havia sido presa pela Polícia Ambiental, seria inquilina da residência e tutora do cão sem raça definida, de pelagem escura. Já o laudo veterinário preliminar enviado pela clínica veterinária onde os animais foram encaminhados, segundo o delegado, atestava os maus-tratos do pitbull e deixava “inconclusivo” os maus-tratos no caso do outro cão. “No laudo ficou expresso que somente um estava em maus-tratos, enquanto o outro estava doente. Não sabemos se houve maus-tratos doloso, culposo ou se ele simplesmente estava doente”, disse na quarta.


Foto: SERRANOSSA
 

Diante dessas informações, o delegado afirmou que não poderia lavar o flagrante da proprietária do imóvel, suposta tutora do pitbull, por ela ter se apresentado voluntariamente na delegacia, após a visita da Polícia Ambiental. “Então fui obrigado, por força da lei, a lavrar um boletim de ocorrência”, afirmou. 

Na ocasião, a presidente do Combea, Daiane de Mattos, juntamente com demais voluntárias da causa animal, estiveram na delegacia para solicitar que o delegado reconsiderasse sua decisão, a qual foi mantida. “Nós ficamos indignadas com a situação. Fizemos toda o atendimento emergencial com o apoio dos policiais da Patram, que se deslocaram de outra cidade para atender a ocorrência. E infelizmente, a decisão ficou a cargo do delegado”, lamentou Daiane. 

Mais tarde da noite, ainda na quarta-feira, a veterinária que estava atendendo os animais teriam entrado em contato com o delegado para complementar o laudo. Nesse diagnóstico mais detalhado, a profissional afirmou que o cão de cor escura também estaria em situação de maus-tratos e afirmou que entregaria os laudos completos diretamente na delegacia. 

Agora, as provas deverão ser anexadas aos demais materiais coletados para andamento do inquérito policial. Foi atestado no laudo preliminar que os cães estavam desnutridos, desidratados, com pulga, sarna, febre e pelo enosado. Um deles, o pitbull, apresentava fraqueza, sem condições de permanecer em pé. Ele foi diagnosticado com babesiose, conhecia como doença do carrapato.