Polícia Civil investiga ofensa de vereador contra servidora durante sessão da Câmara de Canguçu
Sem perceber que o microfone estava ligado, o vereador Francisco Romeu da Silva Vilela (Progressistas) disse a servidora era “neg*inha, p***”
A Polícia Civil de Canguçu, no Sul do Rio Grande do Sul, instaurou um inquérito, nesta quarta-feira, 07/06, para investigar a fala de um vereador durante uma sessão na Câmara Municipal da cidade, em que, referindo-se a uma servidora do município, a chama de “neguinha, puta”.
O vereador Francisco Romeu da Silva Vilela (Progressistas), conhecido como Xico Vilela, não teria percebido que o microfone da sessão estava ligado. A fala ocorreu após uma votação, em que a servidora estava presente.
O vereador não se manifestou sobre a repercussão do caso e disse que só vai falar na Justiça.
Confira o momento da ofensa
Segundo o delegado Lauro Marcelo Lonardi de Souza, será investigada a suspeita de injúria racial que, neste ano, foi equiparada ao crime de racismo na lei brasileira.
A sessão ocorreu na última segunda, 05/06. Os vereadores haviam votado um projeto que troca a nomenclatura do cargo de auxiliar de enfermagem para técnico na esfera municipal. Cerca de 20 profissionais da prefeitura acompanhavam a sessão, na plateia.
A servidora, que prefere não ser identificada, afirma não ter percebido o xingamento no dia da sessão. “No outro dia de manhã de novo, o meu telefone não parou de tocar. As pessoas dizendo ‘escuta direito, porque ele fala o nome de alguém”, diz.
Depois disso, ao ouvir o trecho do vídeo, que foi transmitido ao vivo pelo YouTube da Câmara, a servidora afirma ter escutado o vereador falar “essa neguinha é puta, puta”. Logo em seguida, ele menciona o nome do pai da servidora. “Aí me dei conta de que era de mim que ele tava falando”.
A servidora relata que não havia discutido com o vereador durante a sessão. “Foi gratuito, porque eu não dirigi a palavra pra ele. Até agora não entendo”. A vereadora Iasmin Roloff (PT), que também presenciou a sessão, usou a tribuna no dia seguinte para repudiar a fala do colega. Em 2021, Iasmin renunciou a um cargo na mesa diretora da Câmara após os colegas vereadores votarem nela para “embelezar” a mesa.
A investigação foi instaurada na Delegacia de Canguçu, após registro de boletim de ocorrência pela servidora. Segundo o delegado, a partir da próxima segunda-feira, 12/06, o vereador e testemunhas serão chamados a depor.
Fonte G1 RS