Polícia Civil prende agentes públicos acusados de desvio de verba e fraudes na Serra
Na manhã desta segunda-feira, 08/11, a Polícia Civil deflagrou a Operação Caritas, que apura atos de corrupção em Canela. A investigação tem por objetivo combater organização criminosa estabelecida em parte do Poder Público do município para o desvio de verbas públicas, fraudes em contratos e enriquecimento ilícito de agentes políticos e servidores da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores. Na ação, foram presos o presidente da Câmara de Vereadores, vereador Alberi Dias (MDB), o secretário Municipal de Obras e o Interventor do Hospital de Caridade de Canela. A Polícia Civil realiza, ainda, o afastamento cautelar das funções públicas do Secretário Municipal de Turismo, do Secretário-Adjunto de Obras e de um servidor da mesma Pasta.
No total, foram cumpridas 176 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva, mandados de busca e apreensão, afastamentos cautelares de servidores e afastamentos de sigilos bancário e fiscal, com bloqueio de valores de partido político local, sequestros de imóveis e veículos, nas cidades de Canela, Gramado, Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Bom Princípio, além de Balneário Camboriú e Itajaí, no litoral catarinense.
Alguns mandados foram cumpridos em órgãos públicos de Canela, residência de agentes políticos e servidores públicos (CCs) e empresas investigadas por integrarem organização criminosa estabelecida com o objetivo de desvio de dinheiro público, fraudes em contratos e enriquecimento ilícito.
O delegado Vladimir Medeiros, titular da Delegacia de Polícia de Canela e responsável pela operação policial, sem revelar detalhes da investigação policial, destaca que é apurado esquema ilegal no alto escalão dos Poderes Executivo e Legislativo do Município, sendo cumpridas medidas judiciais no âmbito da Presidência da Câmara de Vereadores, Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Turismo e Hospital de Caridade de Canela.
As investigações iniciaram-se no início do ano, quando se apurava a prática de desvio de materiais de construção do hospital da cidade. Desde então, as investigações foram aprofundadas, apurando-se a existência de um esquema de fraude de orçamentos para a contratação com o poder público, em que empresas de fachada ligadas a agentes políticos e servidores públicos venciam as disputas públicas para a realização de serviços para a Prefeitura Municipal.