Polícia descobre quadrilha que fraudava e vendia diploma para falsos médicos

De acordo com a PF, ao menos 65 registros foram obtidos

Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) descobriu uma quadrilha que falsificava documentos de faculdades de medicina para obter registros e vendê-los para falsos médicos.

De acordo com a PF, ao menos 65 registros foram obtidos junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Crmerj) com documentos falsos.

A investigação apontou que os suspeitos criavam os documentos falsos muito semelhantes com os originais. Para isso, utilizavam papel de qualidade e reproduziam o logotipo de universidades, sendo na maioria das vezes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Com os documentos falsos em mãos, qualquer um poderia se passar por estudante de medicina formado. Como são as universidades que enviam a primeira documentação dos alunos formados para os conselhos regionais de medicina, os criminosos também criaram e-mail falso em nome das instituições de ensino.

No caso da Uneb, a quadrilha usava o e-mail “validacao@portaluneb.gov.br” e conseguiu enganar o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro.

Supostos médicos

Um dos investigados contou em depoimento à PF que é enfermeiro, que nunca foi ao campus da Uneb, que pagou R$ 45 mil e recebeu em casa toda a documentação falsa.

Outro investigado, dono de uma empresa de ambulância e enfermeiro, também disse em depoimento que pagou R$ 45 mil por documentos. Ele recebeu uma pasta com selo e logotipo iguais aos da Uneb com histórico escolar, diploma e até monografia.

Um terceiro suspeito contou à polícia que estudou medicina no Paraguai, mas não se formou. Segundo a PF, ele pagou R$ 80 mil pelo esquema. Ele foi preso em fevereiro deste ano, quando trabalhava como médico e passou nove dias preso.

Uneb e Cremerj

A Uneb disse que todos os documentos recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados pela universidade e são ilegítimos.

O Cremerj percebeu uma das fraudes quando uma funcionária desconfiou de documentos e avisou à Polícia Federal, que começou uma investigação.