Polícia diz que seguranças não agrediram menino

A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias da agressão sofrida por um adolescente de 13 anos em um clube de Bento Gonçalves na madrugada do último sábado, dia 6. A hipótese inicial de que um grupo de seguranças teria sido responsável pelos ferimentos foi descartada após depoimento de testemunhas e de outros jovens envolvidos. A polícia trabalha agora com uma desavença entre dois adolescentes como motivador para a briga que resultou em fraturas na face e traumatismo craniano e levou o garoto à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Tacchini. O agressor já foi identificado. Até a manhã desta sexta-feira, dia 12, o estado de saúde era considerado regular e o quadro teve leve melhora.

Os motivos para a atitude e para a presença dos jovens no clube serão esclarecidos no decorrer da investigação, segundo o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, Álvaro Pacheco Becker. “Estamos na fase de ouvir os envolvidos e eventuais testemunhas para esclarecer o que houve e quem são os responsáveis. Se alguém que estava no local naquela noite viu algo que possa ajudar, entre em contato conosco pelo telefone 3452 7003, mesmo que de forma anônima”, solicita.

Um dos fatores que chama a atenção é o fato de um menino de 13 anos estar sem supervisão de um adulto em uma casa noturna. Segundo o coordenador do Conselho Tutelar, Moacir Camerini, o órgão já havia interferido em uma situação anterior com o mesmo adolescente depois de ter sido procurado pelos pais do menino, que estavam com dificuldades de estabelecer limites. Infelizmente, segundo Camerini, a falta de controle dos pais tem sido cada vez mais frequente. “Existem muitos casos registrados no Conselho Tutelar de filhos menores que não respeitam mais as orientações dos pais e se consideram independentes. Isto é lamentável e tem que ser mudado para que não tenhamos problemas sérios com o futuro desses jovens”, alerta.

Orientação

O Conselho Tutelar orienta que os pais que não consigam estabelecer limites procurem ajuda. “O primeiro passo é tentar buscar um entendimento internamente na família. Caso isso tenha falhado, é importante buscar apoio de profissionais especializados, como psicólogos”, enumera Camerini. Além disso, é fundamental solicitar apoio ao Conselho Tutelar com orientações e encaminhamentos, que podem variar conforme cada caso. “Não se pode desistir, pois quando um filho frequenta lugares impróprios e com más companhias, pode haver consequências para o resto de sua vida e destruir toda uma família”, lamenta. O Conselho Tutelar de Bento Gonçalves atende pelo telefone 3055 4437.

 

Saiba mais

Segundo a Polícia Civil, caso o menino se recupere dos ferimentos, o(s) responsável(is) responderá(ao) por Homicídio Qualificado Tentado, acusação que pode variar para Homicídio Qualificado Consumado se a evolução do quadro clínico do adolescente resultar na sua morte. Os proprietários do clube onde aconteceu o fato também serão chamados para prestar esclarecimentos e, caso seja estabelecida responsabilidade, terão punição, assim como os pais do menino. Tudo depende do andamento das investigações.

Greice Scotton

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