Polícia não confirma autoria de agressão

A Polícia Civil de Bento Gonçalves prendeu, na manhã da quinta-feira, 27, o jovem Alan Cazanatto, de 21 anos. Ele é acusado de agredir a avó, Maria Peterle de Gasperin, de 78 anos, no último dia 20. Com ferimentos e fraturas em um dos braços, no rosto e na cabeça, ela segue internada no Hospital Tacchini. No momento da prisão, o suspeito estava na casa da mãe, em Garibaldi.

A notícia do ocorrido e fotografias que mostravam o local da agressão e a idosa com curativos em uma maca se espalharam rapidamente pelas redes sociais, assim como muitas ameaças contra Alan. Depois de alguns dias, o perfil pessoal dele no Facebook e uma página anônima que havia sido criada para reunir informações sobre o paradeiro do acusado foram excluídos da rede.

Durante a semana, ele teria procurado atendimento médico em uma Unidade de Saúde de Carlos Barbosa e a BM chegou a ser acionada por pessoas que o reconheceram. Entretanto, como o mandado de prisão não havia sido expedido até então, ele não foi detido.

Autoria não confirmada

Apesar da prisão, a polícia ainda não confirma que Alan seja o autor das agressões. Ao contrário de informações divulgadas nesta semana, os 12 Boletins de Ocorrência (BOs) em que ele estaria envolvido não são, necessariamente, de violência doméstica. “A maioria das ocorrências em que aparece o nome deste jovem seria de furtos, em que a pessoa pega alguma coisa dentro de casa para trocar por drogas. Há também ocorrências por ameaças pedindo dinheiro, mas crimes mais graves, com tanta violência, não havia registros. Seis inquéritos estavam concluídos e encaminhados. Alguns foram há pouco tempo, no mês de setembro temos três, todos relacionados a pequenos furtos que ele cometia”, explica a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Isabel Pires Trevisan.

Isabel destaca ainda que, mesmo no caso de haver medidas para proteger a avó – que já teria sido agredida anteriormente –, foi ela que, recentemente, deu abrigo para Alan em sua casa.  “Importante destacar que ele estava afastado da residência há alguns meses pela vítima. E, há cerca de 15 dias, a própria vítima o buscou no hospital, onde o suposto agressor estaria bastante debilitado, e o levou para casa. Então, mesmo que houvesse medidas protetivas,  o fato de a vítima ter buscado o jovem e o levado para dentro de sua casa já retira a possibilidade de se cumprir as medidas. Isso é um fato comum se tratando de avós e mães”, completa.

Para que a investigação avance, a delegada destaca que será de extrema importância que a idosa agredida apresente melhoras e possa relatar o ocorrido às autoridades. “A única testemunha foi a própria vítima, que ainda não pode se manifestar. Então, na verdade, toda a repercussão vem em nome das pessoas que se manifestaram via redes sociais e imaginam que foi ele, porque a única pessoa que viu foi a vítima e ela ainda não se manifestou. Ela está voltando a consciência aos poucos, já conversamos com familiares e eles se dispuseram a nos informar quando ela terá condições de prestar seu depoimento. Não sabemos o que ela dirá, a grande questão é se ela irá lembrar dos fatos, porque tem a questão das lesões que ela sofreu e foram muitas na região da cabeça”, diz Isabel.

A prisão de Alan está decretada por tempo indeterminado – caberá ao Poder Judiciário decidir pelo tempo de permanência do jovem atrás das grades. “Nós continuaremos apurando se houve tentativa de homicídio ou latrocínio. Temos, agora, 30 dias mais a prorrogação para finalizar e encaminhar o inquérito à Justiça”, conclui a delegada.

 

Reportagem: Jorge Bronzato e Jonathan Zanotto

 

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