Polícia prende dois criminosos por incêndio e ameaças à revenda de veículos em Bento Gonçalves
Operação conjunta da polícia identifica criminosos envolvidos em incêndio e ameaças a revenda de veículos em Bento Gonçalves

Polícia Civil, Brigada Militar, GAECO/Serra e Guarda Civil Municipal (GCM) prenderam preventivamente dois integrantes de um grupo criminoso responsável por extorsões e ataques contra revendas de veículos em Bento Gonçalves. As prisões ocorreram no sábado, 29 de novembro, e integram uma investigação iniciada em maio de 2025.
Em maio, um estabelecimento foi alvo de disparos de arma de fogo depois que o proprietário recebeu mensagens de WhatsApp exigindo pagamento sob ameaça de violência. Os criminosos afirmavam pertencer a uma facção e prometiam atirar, destruir ou incendiar as lojas caso o repasse não fosse feito.
Meses depois, em novembro, o mesmo esquema voltou a ocorrer. Nos dias 24 e 25, outros empresários receberam mensagens com exigências de pagamento. Os criminosos intimidavam os lojistas e cobravam uma espécie de propina ou mensalidade para evitar novos ataques.
Um dos casos mais graves ocorreu na noite de terça-feira, 25 de novembro, quando um incêndio criminoso atingiu uma revenda de veículos na rua Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, no bairro Licorsul, em Bento Gonçalves. Segundo testemunhas, indivíduos em uma motocicleta arremessaram uma pedra contra o vidro da loja e, logo depois, lançaram uma garrafa semelhante a um coquetel molotov. Dois veículos foram danificados, e o Corpo de Bombeiros Militar conteve as chamas.

A investigação confirmou que os ataques de maio e novembro foram articulados pelos mesmos autores. A ação integrada que culminou com a prisão dos dois criminosos teve atuação da Polícia Civil (2ª e 1ª DPs de Bento Gonçalves), Brigada Militar (3º BPAT, Força Tática, ROCAM e Agência Local de Inteligência do 3º BPAT), Agência Regional de Inteligência – CRPO Serra, Guarda Civil Municipal, GAECO/Serra, Secretaria Municipal de Segurança de Bento Gonçalves, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Penal e IGP de Caxias do Sul.
As apurações apontam que os dois presos atuavam diretamente na geração e administração dos números de WhatsApp usados nas extorsões. Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Civil prendeu:
- Em Nova Roma do Sul, um homem de 31 anos, integrante do grupo criminoso, com diversos antecedentes — entre eles tentativa de homicídio, extorsão, roubo qualificado, tráfico de drogas, incêndio e receptação — e que usava tornozeleira eletrônica.
- Em Caxias do Sul, uma mulher de 45 anos, também ligada ao grupo, embora sem antecedentes criminais.
A Polícia Civil ressalta que o investimento da Prefeitura de Bento Gonçalves em videomonitoramento tem sido decisivo para elucidar crimes na cidade. Segundo o prefeito Diogo Siqueira (PSDB), cerca de 150 câmeras integram o sistema de monitoramento urbano — número que chega a aproximadamente 550 ao considerar os equipamentos instalados em prédios públicos.
As investigações continuam para identificar e prender os demais integrantes do grupo. O delegado Rodrigo Morale, titular da 2ª DP de Bento Gonçalves, explica:
“Juntando esforços, a gente vai ter uma resposta mais rápida para identificar esses que estão faltando. A responsabilização criminal deles vai ser a mesma desses que já estão presos preventivamente, pelo fato de terem cometido esses crimes gravíssimos aí na nossa cidade. A gente não vai aceitar esse tipo de coisa, a gente vai investigar. Se tiver que ficar uma semana acordado, 24 horas seguidas, a gente vai até achar”, afirmou Morale.