Polícia reúne mais de 1,3 mil agentes de segurança pública em operação contra o crime organizado

Ação em combate a esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado gaúcho cumpriu 1.368 ordens judiciais.

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Reunião dos agentes antes da operação deflagrada – Foto: Polícia Civil
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As primeiras horas desta terça-feira, 19/04, foram marcadas por intensa movimentação policial para o desencadeamento da Operação Kraken, com mandados a serem cumpridos em 38 municípios gaúchos, além de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

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No Rio Grande do Sul, a ação ocorreu em Canoas, Sapucaia do Sul, Porto Alegre, Esteio, Eldorado do Sul, Nova Santa Rita, Guaíba, Gravataí, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Alvorada, Sapiranga, Parobé, Campo Bom, Igrejinha, Três Coroas, Rio Grande, Caxias do Sul, Passo Fundo, Ijuí, Santa Cruz do Sul, Charqueadas, Arroio dos Ratos, Venâncio Aires, Montenegro, Lajeado, Vera Cruz, Candelária, Cruz Alta, Capão da Canoa, Imbé, Xangri-Lá, Frederico Westphalen e São Gabriel. Em Santa Catarina, as ordens judiciais foram executadas em Balneário Camboriú e Tubarão. No Paraná, o alvo estava em Maringá, No Mato Grosso do Sul, os mandados ocorreram em Campo Grande e Ponta Porã.

Considerada pela Polícia Civil como uma das maiores mobilizações policiais já deflagradas, a investigação foi iniciada pela 1a Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul. Agentes desta Distrital, coordenados pelo Delegado Gabriel Borges e pelo Delegado Regional Mario Souza, debruçaram-se por mais de um ano em meio nas investigações que identificaram vultoso esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado gaúcho.

Segundo a investigação, valores obtidos a partir do tráfico de drogas e crimes patrimoniais (roubos, latrocínios etc.) eram maquiados e investidos de forma empresarial por facção gaúcha que atua no Rio Grande do Sul, parte do Sul do Brasil e possui ligações internacionais. A investigação se concentrou nos crimes de lavagem e ocultação de bens e valores oriundos do tráfico de drogas e alcançou cinco lideranças do grupo criminoso, sendo indiciados pelo pertencimento à organização.

A ação investigativa mapeou o organograma, a base de atuação, os ramos de condutas criminosas praticadas e a logística dos membros da organização. Somente em 2021, a 1ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul prendeu 102 integrantes do grupo, que atuavam em diversos níveis de comando, desde o chamado vapor, puxador de carro, até alguns gerentes, além disso apreendeu mais de 10kg de drogas e 11 armas de fogo.

Os policiais civis, após essas investigações e com o apoio do Ministério Público do RS, obtiveram 1.368 ordens judiciais no combate à facção criminosa. A ação desta terça-feira contou com o apoio da Brigada Militar, Superintendência dos Serviços Penitenciários, Corpo de Bombeiros Militar do RS, Polícias Civis de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, além da Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional.

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Veículos de luxo utilizados pelos criminosos foram apreendidos na ação – Foto: Polícia Civil

O saldo da Operação Kraken compreende 273 mandados de busca e apreensão, 66 ordens judiciais de prisão, 13 casas prisionais objeto de busca e apreensão, uma casa prisional federal com diligência para busca e apreensão, 38 sequestros de imóveis do crime, 102 veículos com decretação de perdimento, o que inclui carros de luxo como Maserati, Audi, Cadillak e Camaro. A descapitalização do grupo criminoso teve, ainda, o bloqueio de 190 contas bancárias e 812 pedidos para quebras de sigilo fiscal, bancário, tributário e bursátil deferidos.

Também foi encontrada uma quantia em dinheiro escondida dentro de um urso de pelúcia.


Para o Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado regional Mario Souza, a Operação Kraken rompe paradigmas no que se tinha até o momento no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Ele ressalta que os reflexos desse trabalho certamente serão verificados por vários anos e as técnicas utilizadas servirão de base para trabalhos futuros.

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