Policiais podem ser expulsos da BM

A Justiça Militar do Estado (JME) está analisando se os policiais que participaram da abordagem que matou dois jovens em Bento Gonçalves serão submetidos a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que deverá avaliar a conduta de cada um e decidir sobre a permanência, ou não, deles na corporação. “Sim, eles correm o risco de serem expulsos da Brigada Militar (BM)”, adianta o coronel Jairo de Oliveira Martins, Corregedor-Geral da Brigada Militar.

O Ministério Público (MP) apresentou, no último dia 13, suas conclusões em relação ao chamado “Caso Fiorino”. Foram denunciados à Justiça os policiais militares Edegar Júnior Oliveira Rodrigues, 30 anos, e Neilor dos Santos Lopes, 24, além do vendedor Tiago Sarmento de Paula, 19, que dirigia a caminhonete e fugiu da abordagem na noite do dia 16 de março deste ano.

A Corregedoria-Geral também realizou uma investigação interna do caso. De acordo com o órgão, o Inquérito Policial Militar (IPM), de Portaria 1377/IPM/2014, indiciou três policiais. A conclusão apontou que houve excessos na ação. O IPM já foi remetido à Justiça Militar, mas como se trata de homicídio com dolo eventual, a competência de julgar é da Justiça comum, e não da militar.

O terceiro policial envolvido foi responsabilizado por lesão corporal contra o motorista da Fiorino, Tiago de Paula. O fato teria ocorrido após a perseguição, no local onde o carro foi encontrado, no bairro Fátima. 

Segundo o advogado de defesa dos policiais acusados dos homicídios, Adroaldo Dal Mass, a entrega da denúncia é somente um ato formal. Agora, resta aguardar decisão do Judiciário de Bento Gonçalves sobre um possível encaminhamento ao júri. “Foi um exagero desproporcional com os policiais, que agiram corretamente. Nós acreditamos piamente que, em caso de julgamento popular, eles serão absolvidos das acusações”, diz o advogado.

Os PMs devem responder por dois homicídios e também duas tentativas de homicídio qualificado por dolo eventual. Já o vendedor será denunciado por desobediência, resistência, porte ilegal de arma e disparos de arma de fogo. O MP informou ainda que a investigação sobre a origem da arma segue em andamento, mas que não foi decisiva para as conclusões. Caso o Judiciário acate denúncia do MP, os policiais serão submetidos a Júri Popular.

Reportagem: Jonathan Zanotto


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