Policiamento comunitário: proposta é reapresentada
Há anos a comunidade de Bento Gonçalves aguarda a implantação do policiamento comunitário, mas diversos entraves ao longo do caminho fizeram com que o programa ainda não saísse do papel. Nesta semana o coordenador do projeto no Estado, coronel Júlio César Marobin, apresentou a proposta de implantação da iniciativa no município ao prefeito Guilherme Pasin.
A implantação do programa dependeria apenas de aval do município. “O Estado continua com o interesse de implantar o policiamento comunitário em Bento”, garante Marobin. Segundo ele, os encaminhamentos necessários por parte do Estado já foram dados, como é o caso da qualificação do efetivo e compra de equipamentos. A única pendência é com relação à entrega das viaturas, já adquiridas e equipadas. Marobin acredita que elas devem ser entregues em breve.
Ao município compete o custeio do auxílio-aluguel aos 26 policiais que atuarão nos seis núcleos da Brigada Militar e um da Polícia Civil. Cada servidor receberá mensalmente a ajuda de custo de R$ 649,6 – sete Unidades de Referência Municipal (URM). De acordo com Marobin, o Estado não irá interferir na forma como o município efetivará essa contrapartida.
Em nota, o prefeito Guilherme Pasin avaliou o encontro como produtivo. “O projeto lembra muito o modelo implantado no final da década de noventa. O aumento da segurança do nosso povo é o um dos nossos grandes objetivos”, destacou. A prefeitura analisará agora as possibilidades de repasse de recursos e os investimentos necessários.
Impasses
A origem dos recursos para a contrapartida por parte da prefeitura foi tema de intensas discussões no ano passado. De acordo com a antiga administração, a única forma de custear o aluguel dos policiais seria por meio do Conselho Municipal de Segurança Comunitária (Consecom). Para isso, projeto de lei destinando ao órgão os recursos oriundos da arrecadação do estacionamento rotativo foi submetido ao Legislativo. Muitos vereadores não concordaram em retirar esta verba do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro). Apesar disso, a matéria foi aprovada. Entretanto, o programa não chegou a ser implantado pelo atraso na entrega das viaturas e bloqueio temporário das verbas do Consecom em virtude da crise financeira vivenciada pelo município.
Núcleos nos bairros
Os locais de implantação foram determinados ainda no ano passado. Os núcleos da BM ficarão nos bairros São Roque/Universitário, Progresso/Humaitá/Maria Goretti, Cidade Alta/Juventude, São Francisco/Licorsul, São Bento/Planalto/Fenavinho e Botafogo/Santa Rita. Eles beneficiarão cerca de 40 mil moradores e foram definidos com base no estudo de dados da Seção de Inteligência do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º Bpat), que apontou, através dos registros de ocorrência, os locais com os maiores índices de delitos de pequeno porte, como roubo e furto. Critérios como a extensão territorial, dados populacionais e comerciais, quantidade de feiras e eventos e o fluxo turístico também foram analisados. Cada núcleo da Brigada Militar será composto por três policiais, que trabalharão em dois turnos.
Já os trabalhos da Polícia Civil terão foco na prevenção da reincidência de crimes, especialmente os cometidos contra mulheres, crianças e adolescentes. O núcleo será composto por oito policiais, que trabalharão nos dias de folga e finais de semana. Os encontros acontecerão nos bairros Municipal, Conceição, Santa Helena e Aparecida. A escolha dos núcleos foi realizada com base nas ocorrências registradas na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
Reportagem: Carina Furlanetto
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